Entre os dias 7 a 11 de setembro, acontece em trinta locais do Distrito Federal mais uma edição do Virada do Cerrado. Neste ano o tema escolhido é a mudança climática a partir dos quatro elementos da natureza: Água, Terra, Fogo e Ar. E o Cerratenses (Centro de Excelência do Cerrado), com sede no Jardim Botânico de Brasília, participa do evento com uma programação especial distribuída entre os dias 9,10 e 11 de setembro. Na agenda estão previstas exposições de artes plásticas; sarau poético; shows musicais; oficinas para crianças e adultos; palestras; apresentações de filmes e debates sobre o uso de agrotóxicos na produção dos alimentos
Criada há exatamente um ano, a Cerratenses é vinculado à Secretaria do Meio Ambiente do DF que tem como missão desenvolver, sistematizar e disseminar o conhecimento científico, tecnológico e cultural para ao uso sustentável, assim como para a conservação e a recuperação do cerrado – que é o segundo maior bioma brasileiro. Com uma ocupação de 2.036.448 km² o cerrado é considerado o “berço das águas” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas do Brasil.
Voltando às atividades, elas começam no dia 9 com o Fórum Aliança Cerrado. Composto por mais de 40 instituições locais, nacionais e internacionais, o Fórum irá promover a apresentação de grupos de trabalho que se reunirão durante duas horas. Na ocasião acontece ainda a apresentação do piloto “Recupera Cerrado” e assinatura do Decreto do Comitê Distrital da Reserva da Biosfera do Cerrado. Para Rafael Poubel, coordenador do Cerratenses, eventos como esse servem para despertar na comunidade a importância de preservar o meio ambiente. “São jovens, adultos e crianças que serão estimulados a fazer uma viagem pelo bioma cerrado nessa paisagem tão especial e aprazível e que, com certeza, sairão daqui com outro olhar sobre a natureza”, avalia.
Obra de Celza chaves
Exposição “Artistas do Cerrado”
Sessenta e seis artistas da Associação Candanga de Artistas Visuais (ACAV) – instituição sem fins lucrativos com propósito de promover cultura e divulgar trabalhos de artistas radicados no DF – e dez convidados de fora da instituição se uniram em torno do tema “Cerrado” para criar obras de arte para a exposição que ficará aberta ao público na sede do Cerratenses de 9 de setembro a 14 de outubro. Os trabalhos têm em comum a inspiração na fauna e a flora do cerrado, e foram concebidos a partir de diferentes técnicas. Dentre elas a pintura, desenho, gravuras, aquarelas, esculturas, fotografia, entre outras. Respeitando a individualidade criativa de cada um, o resultado é uma explosão de cores e formas que retratam esse bioma que tem a maior biodiversidade do planeta.
Sarau Cultural do Cerrado
A poesia promete dar o tom durante a realização do Sarau Cultural, que acontece às 20 horas do dia 09 de setembro. Nele estarão presentes poetas convidados de três coletivos poéticos: Poemação, Anarcopoético e o Coletivo de Poetas. Na ocasião os artistas declamarão seus poemas. Além de poesia, o sarau também terá show musical com a banda brasiliense Machetaria, que vai fazer uma viagem à diversidade da música brasileira homenageando grandes mestres do jazz, do samba, passando pelo swing do samba-rock, dos afro-sambas, retornando para a MPB, que é a essência do grupo. O grupo musical goiano Passarinhos do Cerrado virá à Brasília, especialmente, para a ocasião, e fará uma apresentação com arranjos e melodias que misturam o ritmo nordestino do coco com manifestações culturais regionais como a congada e a catira, entre outras.
Palestra da Nova Acrópole: “O Simbolismo da Primavera”
O ser humano é parte da natureza e por isso mesmo também possui estações, processos de mudança e amadurecimento. Quem não se lembra do seu último inverno psíquico seguido por uma bela primavera? Celebrar a vinda da primavera de forma mais consciente pode ajudar o ser humano a lidar melhor com as mudanças e encontrar a beleza escondida em cada fase da vida. É exatamente isso que a palestrante Melissa Andrade Costa, Diretora Voluntária da Nova Acrópole do Lago Sul, propõe: uma celebração da estação das flores e da vida na Virada do Cerrado. Em tempo, Costa é responsável pelos cursos de Ética, Sociopolítica, Filosofia da História, Simbologia, Sabedoria Oriental e Psicologia da Nova Acrópolo há mais de 10 anos. A palestra acontece no dia 10, às 14:30 horas.
Cine Debate
“O uso de agrotóxicos na produção de alimentos” será o tema do Cine Debate, que terá como convidados o chef Francisco Ansiliero (Dom Francisco) e o engenheiro florestal Joe Valle, da fazenda Malunga, que é precursor da produção orgânica no Distrito Federal. O debate acontece após a apresentação dos documentários “O Veneno está na mesa” (2011) do cineasta Silvio Tendler e “Babaçu, floresta da vida”, que serão exibidos dia 10, às 16:00 horas. O primeiro traz o relato de especialistas e agricultores e coloca em xeque o atual modelo de produção de alimentos. “O que me motivou a falar sobre o tema foi ter descoberto que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos. Cada brasileiro consome, em média, 5,2 litros por ano”, afirma Tendler. Já a película “Babaçu, floresta da vida” traz uma perspectiva histórica da ação das mulheres quebradeiras de coco babaçu, suas famílias e organizações sociais, seus conflitos e suas conquistas em três diferentes regiões, que têm em comum a conservação por meio do uso sustentável deste importante recurso natural. Este é um documento histórico sobre uma das mais representativas cadeias de valor da sociobiodiversidade brasileira, que abrange mais de 279 municípios em 11 estados, no Cerrado e na Amazônia brasileira.
Programação Virada Cultural no Cerratenses no Jardim Botânico
Dia 09
14h30 Fórum Aliança Cerrado
16h30 Coffe break
17h00 Assinatura de decreto em defesa do Cerrado
19h00 Abertura, para convidados, da exposição “Artistas do Cerrado”
20h00 Sarau Poético e Musical
Dia 10
14h30 Cine Debate com apresentação dos filmes “O Veneno está no Prato” e “Babaçu- Floresta da Vida”
16h00 Palestra da Nova Acrópole com o tema “O Simbolismo da Primavera”
Dia 11
10h00 Oficinas de artes plásticas para crianças e adultos
