Por Paula Pratini

O filme Berlin Alexanderplatz exibido no 70° Berlinale-Festival Internacional de Cinema de Berlim é um típica estória de imigrantes e refugiados que aportam na Alemanha a cada momento.

Para entender um pouco sobre o filme basta relembrar a crise dos refugiados iniciada no ano de 2015 e que levou 1 milhão de pessoas ao país.

O diretor Burhan Qurbani aborda de maneira bem real a situação do refugiado francês Francis (Welket Bungué), que perde sua amada durante uma fuga pelo mar para encontrar abrigo no velho continente.

Atormentado pelo fantasma da amada, decidido a mudar a sua vida e adquirir seu passaporte, Francis se envolve com o desequilibrado e agressivo Reinhold (Albrecht Schuch) no tráfico de drogas e abusos de poder, violência.

São tantas possibilidades que colocam em risco as boas intenções e um novo recomeço de vida para Francis. Ele está atado à Reinhold mas o surgimento de Mieze (Jella Haase) que aparece na narração justificando os erros cometidos por Francis enfatizando que ele é um homem perdido mas de intenções boas traz um novo alento a sua vida conturbada e sem perspectiva.

O filme é dividido por atos que mostram a trajetória de Francis, o eterno conflito desencadeado pela vida que ele leva ao lado de Reinhold, a busca do poder e liberdade.

A ilusão de poder que Reinhold vende faz com que Francis muitas vezes aja de maneira insensata e a dúvida que o herói se manifestará e conquistará o mundo transparece. Os limite de Francis são postos à prova a todo momento.

Em declaração sobre seu personagem Walker Bungué declarou emocionado: “Ao longo de minha carreira eu sempre estive rodeado de pessoas nômade. Nós contamos uma história da viagem de neglicenciados, dos excluídos. Nós queríamos contar uma história que fosse inspirada na viagem das personagens. Se você olhar para Berlim como um microcosmos, você verá que cada um tem um sonho de se tornar a pessoa que quer”.