O 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro anunciou ontem a seleção oficial dos longas que concorrerão na Mostra competitiva. O festival acontece entre os dias 20 e 27 de setembro e traz uma seleção de 9 filmes vindos de sete estados do país.
Os filmes concorrem a prêmios de R$250 mil são todos inéditos no Brasil. “Os nove longas selecionados, seja os que se passam nos tempos atuais, seja os que fazem referência ao passado ou remetem a uma dimensão atemporal, nos iluminam algo sobre o estado do mundo e das relações humanas hoje: um tempo de inquietações e angústias, mas também de luta, resistência e afirmações de identidades. Seus formatos e gêneros são variados, assim como a experiência de seus diretores e tamanho e fonte dos seus orçamentos, mas os une uma inquietação estética e política contagiante”, esclarece.
LONGAS-METRAGENS SELECIONADOS
1. A cidade onde envelheço, de Marilia Rocha, 99min, 2016, MG
2. Antes o tempo não acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, 85min, 2016, AM
3. Deserto, de Guilherme Weber, 100min, 2016, RJ
4. Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr., 75min, 2016, MG
5. Malícia, de Jimi Figueiredo, 87min, 2016, DF
6. Martírio, de Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita, 160min, 2016, PE
7. O último trago, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti, 98min, 2016, CE
8. Rifle, de Davi Pretto, 85min, 2016, RS
9. Vinte anos, de Alice de Andrade, 80min, 2016, RJ
SINOPSES
A CIDADE ONDE ENVELHEÇO
Direção Marilia Rocha
Ficção, 99min, 2016, MG em coprodução com Portugal
Francisca é uma jovem portuguesa que mora há um ano no Brasil. Ela recebe Teresa, uma antiga conhecida com quem já tinha perdido contato. Enquanto Teresa vive momentos de descoberta e encantamento com o novo país onde deseja se instalar, Francisca deseja voltar a Lisboa. O filme acompanha as aventuras de cada uma pela cidade e a profunda amizade que nasce entre elas, obrigando-as a lidar com desejos simultâneos e opostos: a vontade de partir para um país desconhecido e a saudade irremediável de casa.
ANTES O TEMPO NÃO ACABAVA
Direção Sérgio Andrade e Fábio Baldo
Ficção, 85min, 2016, AM
Anderson é um jovem indígena em conflito com os líderes de sua comunidade, localizada na periferia de Manaus. As tradições mantidas por seu povo parecem anacrônicas em relação à vida contemporânea que ele leva. Em busca de autoafirmação, Anderson abandona a comunidade para viver sozinho no centro da cidade, onde experimenta novos sentimentos e enfrenta outros desafios. No entanto, o Velho Pajé planeja trazê-lo de volta para mais um ritual.
DESERTO
Direção Guilherme Weber
Ficção, 100min, 2016, RJ
Um grupo de velhos artistas viaja apresentando um espetáculo pelo sertão brasileiro e, ao chegar num pequeno vilarejo, para mais uma apresentação, descobre uma cidade abandonada, composta de algumas casas, uma igreja e uma fonte que jorra água limpa, como uma miragem ou um milagre do deserto bíblico. Velhos e cansados da vida errante, os oito artistas decidem ficar neste vilarejo e quixotescamente fundar ali uma nova sociedade. Entretanto, esta sociedade não consegue escapar dos piores vícios das sociedades convencionais.
ELON NÃO ACREDITA NA MORTE
Direção Ricardo Alves Jr.
Ficção, 75min, 2016, MG
Após o misterioso desaparecimento de sua esposa, Madalena, Elon imerge em uma jornada insone pelos cantos mais sombrios da cidade, buscando entender o que pode ter acontecido com Madalena, na tentativa de não perder sua sanidade pelo caminho.
MALÍCIA
Direção Jimi Figueiredo
Ficção, 87min, 2016, DF
Dono de um restaurante tenta quitar suas dívidas por meio de uma propina, sem saber que é vigiado pelo ex-marido de sua mulher.
MARTÍRIO
Direção Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita
Documentário, 160min, 2016, PE
O retorno ao princípio da grande marcha de retomada Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, Carelli busca as origens deste genocídio, fruto de um conflito de forças desproporcionais: os despossuídos Guarani Kaiowá, dispostos a “morrer se for preciso”, frente à poderosa elite do agronegócio.
O ÚLTIMO TRAGO
Direção Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti
Ficção, 98min, 2016, CE
Em três épocas distintas, trava-se uma luta contra a opressão. A história se repete, porém é atravessada pelo imprevisível, alimentando o espírito revolucionário. I. Após cometerem um crime, Augustina, Ana e Tarsila se escondem em uma casa abandonada. Elas carregam consigo uma foto de Valéria, ícone de guerreira e pirata. II. Vicente, Marlene e Cláudio se encontram isolados em um bar no meio do sertão. Aos poucos, o refúgio é invadido pela assombração de Valéria. Ela convoca Vicente a participar da sua luta. III. Valéria foi soterrada pela violência do mundo contemporâneo. Ela se esforça para restabelecer o elo consigo mesma e retomar o seu lugar no mundo. Algo há de acontecer.
RIFLE
Direção Davi Pretto
Ficção, 85min, 2016, RS
Dione é um jovem misterioso que vive com uma família em uma região rural e remota. A tranquilidade da região é afetada quando um rico fazendeiro tenta comprar a pequena propriedade onde Dione e a família vivem.
VINTE ANOS
Direção Alice de Andrade
Documentário, 80min, 2016, RJ em coprodução com Costa Rica
Vinte Anos é um filme sobre o amor e o tempo que passa, numa Cuba onde o tempo parecia não passar. É um retrato de um mundo prestes a desaparecer para sempre, às vésperas de uma mudança radical e imprevisível. Histórias de amor de três casais cubanos, filmadas ao longo de duas décadas.
PRÊMIOS
a) Prêmios oficiais
Filme de longa metragem
Melhor Filme de longa metragem – R$ 100.000,00
Melhor Direção – R$ 20.000,00
Melhor Ator – R$ 10.000,00
Melhor Atriz – R$ 10.000,00
Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5.000,00
Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5.000,00
Melhor Roteiro – R$ 10.000,00
Melhor Fotografia – R$ 10.000,00
Melhor Direção de Arte – R$ 10.000,00
Melhor Trilha Sonora – R$ 10.000,00
Melhor Som – R$ 10.000,00
Melhor Montagem – R$ 10.000,00
b) Prêmio do Júri Popular – para os filmes escolhidos pelo público, por meio de votação em cédula própria:
Melhor Filme de longa metragem – R$ 40.000,00