Considerado um ícone da música mundial com referências pop, glam, futurista e experimental  David Bowie, cantor britânico nascido em Brixton na Inglaterra, tem sua carreira repassada no documentário dirigido por Brett Morgan que estreiou na última quinta-feira nos cinemas.

O filme, exibido na última edição do Festival de Cannes, mostra desde o início um artista performático, com personalidades distintas em  diferentes fases de sua vida. Um jovem emblemático nos anos 60 que se transvestia e descobria a bissexualidade em apresentações provocantes e psicodélicas até o final de sua  carreira com canções pop dançantes e letras leves e divertidas. 

“Desde os 16 anos eu estava determinado em ter a maior experiência da minha vida. viver intensamente cada momento”.

O camaleão viveu de maneira intensa e através de seu olhar absorto por novidades criou os  personagens mais lembrados da indústria fonográfica.  Major Tom, Ziggy Stardust e Thin White Duke são lembrados e copiados até os dias de hoje e  marcaram gerações de fãs. 

A narração do próprio cantor esmiuça traços de sua personalidade a inquietação e o anseio pelo novo. Em vários momentos ele descreve quão importante era viver o momento, o dia de hoje e ser presente, estar vivo. 

Capricórnio com ascendente em aquário, David Bowie apresenta ao fãs o seu lado mais solitário porém ávido por conhecer novas culturas, lugares e pessoas. Por anos foi um andarilho  absorvendo tudo ao seu redor. Morou em lugares como Los Angeles, Berlim, Japão e Índia. 

Na maior parte da vida se isolou da sociedade de massa, produziu e criou como ninguém. Vídeos experimentais, pintura e escultura se fizeram presentes nos hiatos das turnês e lançamentos dos discos.

Com Brian Eno, na época que morou em Berlim gravou canções em processos criativos não convencionais, sinestesia pura. Um gênio fora do comum, com os pés no chão e uma mente  brilhante e vanguarda. 

Compositor prolixo, lançou em sua carreira mais de 20 álbuns e tocou com Queen, Michael  Jackson, Mick Jagger, Placebo, Nine Inch Nails, Robert Smith do The Cure, Dave Grohl do Foo  Fighters e Tina Turner. Foi ator em filmes clássicos com Labirinto, Furyo e Fome de Viver ao lado  de Catherine Deneuve. 

Uma relação distante com a mãe o tornou temeroso com relação ao amor mas ao amadurecer se mostra sensível e atraído pelas coisas belas da vida. Com a modelo Íman casou -se aos 45 anos e transformou sua vida tornando-se um indivíduo mais tranquilo e amoroso.

David Bowie foi um dos maiores cantores de todos os tempos e por décadas foi amado por seus admiradores com suas performances enigmáticas e inovadoras, lotava estádios e por onde passava levava legiões de fãs. Seu legado na música e nas artes é indiscutível e inspirou inúmeros artistas que vieram após ele.