Por Paula Pratini
O longa-metragem ‘Domingo’ de Fellipe Barbosa e Clara Linhart abriu a noite do 51º Fest Brasília e trouxe para as telas o retrato da família brasileira em decadência, mas que insiste em se manter por aparências e o choque entre as classes sociais.
O filme é passado no dia 1º de janeiro de 2003, posse do presidente Luiz Inácio da Silva, Lula e o acontecimento mexe com os personagens. Afinal a esquerda socialista agora ditará as regras e para a pobre ‘elite’ brasileira, isto não agrada nem um pouco.
Ao estilo matriarca mantenedora da família, (Ítala Nandi) é quem dá ordem no casarão do sítio, interior do Rio Grande do Sul, onde vive o filho mais velho (Augusto Madeira) com a mulher (Camila Morgado) e os filhos.
Um churrasco, o planejamento da festa de 15 anos da neta Valentina, família reunida em volta da mesa e questões relacionadas ao racismo, sexismo, abuso de poder, hieraquia, drogas e adultério vão aparecendo uma a uma.
O filme têm cenas divertidas dos personagens preste a serem desmascarados. O bonitinho (Shey Suede) no papel do professor de tênis, seduz a adolescente mas também é cobiçado pela mãe dela (Camila Morgado), que por sua vez adora filmar cenas de sexo com o marido (Augusto Madeira) e tem a fita VHS do ato roubada pelos adolescentes da casa.
Destaque para a atuação divertidíssima de Camila Morgado sob o efeito de cocaína, pulando de um lado para o outro, bebendo champanhe e celebrando a vida.
Para o diretor Fellipe Barbosa, lançar o filme no Festival de Brasília e em um momento como este, onde às vésperas da eleição presidencial é um previlégio. “Aqui o público é quem dita e responde o que é apresentado nas telas. A gente mostra uma visão política e relações de poder, com base na realidade. O público compreende isso e se identifica”.
Camila Morgado
Ìtala Nandi, Rodrigo Rollemberg e Guilherme Reis
Fotos: Humberto Araújo