São 66 anos de histórias, de memórias registradas por suas lentes únicas. Lentes de quem vê o povo, a cultura popular com todas as suas nuances, dores e simplicidade daqueles que lutam para sobreviver no Brasil. Um registro das terrinhas alagoanas, do sertão e de todo o país. Considerado hoje um dos mais aclamados fotógrafos brasileiros, Celso Brandão vai mostrar, pela primeira vez no Brasil, sua pesquisa de anos que deu origem à exposição e livro Caixa-Preta. Após a estreia na Maison Européenne de la Photographie, em 2016, na cidade de Paris (França), a capital federal irá receber a exposição.
Até 14 de maio, os brasilienses poderão conferir 56 retratos que revelam a essência do povo que caminha por nossos sertões afora. A mostra, que contém 17 obras inéditas que não foram expostas na França, tem visitação sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul Quadra 4 Lotes 3 / 4). A entrada é franca.
Celso Brandão
Nascido em 1951, na cidade de Maceió, Celso Brandão é fotógrafo e cineasta. Alguns dos seus trabalhos pertencem hoje à Coleção Pirelli, de 1996. Desde pequeno Celso se interessou pela arte, pela pintura e chegava a passar o dia inteiro brincando com barro. Queria fazer teatro, mas na época não havia aula na região. Criava então histórias com fantoches. Do pai, ele herdou a essência nômada e, da mãe, a veia artística.
O amor pela arte sempre esteve presente na vida do alagoano Celso Brandão, de 66 anos. Ainda criança, Celso se interessou pelo povo, índios, negros, excluídos socialmente – não à toa, diz que em suas veias corre sangue indígena – pela mitologia e cultura que clama nos interiores de sua terra e das diversidades dos Brasis. Vendo sua vocação para arte, seu pai lhe deu uma câmera fotográfica aos 13 anos de idade. E Celso nunca mais parou de registrar a essência da cultura popular tupiniquim.
Além de fotógrafo, Brandão também se aprumou nas lentes das câmeras do cinema. Cineasta e documentarista, fez filmes como o seu primeiro e premiado documentário Reflexos, sobre a Lagoa Manguaba, em Alagoas. A produção ganhou primeiro lugar no Festival de Cinema de Penedo. O filme foi rodado com uma câmera Super 8 emprestada por uma amiga. Assina ainda como diretor Filé de Pombal da Barra, Mandioca da Terra à Mesa, Benedito: O Santeiro, Dede Mamata, Ponto das Ervas, A Singeleza da Singeleza , A Casa de Santo, Memória da Vida e do Trabalho (1ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico) Chão de Casa, Mestra Hilda, Mestre Benon, o Treme Terra, este dele e de Nicolle Freire, O Lambe-Sola, as opiniões de Celso Brandão sobre o popular poeta Antonio Aurélio de Morais.
Serviço:
Exposição: Caixa-Preta – Celso Brandão
Abertura: 21 de março de 2017, às 19h
Visitação: Até 14 de maio de 2017. Terça-feira a domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul Quadra 4 Lotes 3 /4).
Informações: 3206-9448.
Entrada franca.
Classificação livre.