A Mostra Competitiva do 50º Fest Brasília iniciou no último sábado (16) com o longa-metragem documentário ‘Música para quando as luzes se apagam’ de Ismael Canepelle.
O filme foi baseado no próprio livro do diretor sobre a transformação de Emelyn Fischer em um rapaz chamado Bernardo.
Sensível e atual, o filme trata da relação entre Julia Lemmertz e a protagonista e as descobertas desse novo mundo;os desejos, as dúvidas e a libertação.
É sem sombra de dúvida um filme que precisa ser apreciado sem muitos questionamentos por parte do público.
Na verdade, é sobre se colocar no lugar do outro, observar e respeitar as escolhas por um caminho duro e sofrido que os transexuais enfrentam.
Já em ‘Vazante’ de Daniela Thomas a história brasileira é fonte de inspiração para o longa de ficção que traz em Minas Gerais do século XIX, a vida de Antônio (Adriano Carvalho), fazendeiro que no fim da era da escravidão no Brasil, sem perspectiva e desiludido.
A traição amorosa é o estopim para tensão existente entre brancos e negros, subordinado e patrão.
Em imagens belíssimas e direção delicada, Daniela deixa transparecer na tela os indícios dos primeiros passos para a miscigenação racial do povo brasileiro.
O longa ‘Pendular’ de Julia Murat, que estreia na próxima quinta-feira (21), mostra o relacionamento amoroso entre um artista plástico e uma dançarina, e, os limites físicos da convivência que são postos à prova.
Exibido na Mostra Panorama da última edição do Berlinale-Festival Internacional de Berlim, o filme retrata duas almas criativas em crise.
O trabalho e sua influência direta na solidificação da relação, a liberdade de expressão e a falta de inspiração, se mesclam ao ciúme e tantos outros sentimentos do casal.
O filme foi Inspirado na performance ‘Rest Energy’, de Marina Abramovic e seu marido Ulay, onde ambos seguravam um arco tensionado somente pelo peso de seus corpos, apontando uma flecha para o coração de Abramovic. Alí o significado da confiança e a vulnerabilidade das relações humanas eram evidenciados.