Em exposição na Pinacoteca de São Paulo, Lidia Lisboa, Heloisa Hariadne, Juliana Dos Santos e Panmela Castro abrem as portas de seus ateliês e falam sobre suas rotinas, inspirações e perspectivas

Lidia Lisboa, Heloisa Hariadne, Juliana Dos Santos e Panmela Castro, integrantes da exposição Enciclopédia Negra
Fotos: Wesley Diego Emes

Totalmente dedicada à arte, a edição de julho de Casa Vogue conta a história de quatro integrantes da exposição Enciclopédia Negra, em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Na reportagem Verbetes femininos, Lidia Lisboa, Juliana Dos Santos, Heloisa Hariadne, e Panmela Castro abrem as portas de seus ateliês à equipe da revista e revelam suas rotinas, inspirações e perspectivas.

A artista plástica, ceramista e performer autodidata Lidia Lisboa, 50, natural do Paraná, traz em suas obras questões delicadas (como aborto, violência contra a mulher e sua condição no mundo) de maneira surpreendentemente poética e lúdica. Desde sua primeira experiência profissional, aos 19 anos, no ateliê-casa de alta-costura de Demi Queiroz, as fronteiras entre espaço de trabalho e de moradia se sobrepõem em seu universo.

Doutoranda no Instituto de Artes da Unesp e atualmente em cartaz na coletiva Imagens que Não se Conformam, no Museu de Arte do Rio, Juliana Dos Santos reformou, com as próprias mãos, um quarto de 3,5 x 4 m na casa da mãe a fim de transformá-lo em estúdio. “Foi um momento muito importante de introspecção e de mergulho no meu processo criativo. Consegui construir meu mundo aqui”, conta a artista visual de34 anos.

Aos 23 anos, recém-formada na faculdade Belas Artes de São Paulo, Heloisa Hariadne, está a todo vapor para sua primeira individual, a ser inaugurada na Galeria Leme em agosto. A exposição, com curadoria de Carollina Lauriano, inaugura na Galeria Leme em agosto, quando a pintora completa um ano na região central da capital paulista.

Já Panmela Castro norteia sua arte e seu espaço por conceitos como alteridade e pertencimento, para lidar com o fato de que sempre se sentiu ocupando um não lugar. “Nem branca, nem negra retinta, nem gorda, nem magra, da academia e da rua.” A solução? Abrir seu processo criativo autobiográfico. “Quando o outro se identifica com as minhas experiências, o ciclo se completa e eu pertenço a algum lugar”, revela a artista na reportagem, que ganha vida em quatro páginas da publicação.