Funk, dança contemporânea, performance, house e street dance compõem as apresentações desta série da programação online do Itaú Cultural em março, sempre seguidas de bate-papos entre elenco e críticos de dança. Reunindo artistas convidados e projetos inscritos, mas não selecionados, no edital de emergência Arte como Respiro, a instituição propõe trazer olharese reflexões a respeito do tema, feitas por artistas do Amazonas, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo.

De 18 a 21 de março (quinta-feira a domingo), o Palco Virtual, realizado pelo Itaú Cultural em seu site, tem a dança como fio condutor do trabalho de artistas que se mobilizaram para fazer criações durante o período da pandemia ou de momentos anteriores à discussão sobre a relação física com a cidade e com outros indivíduos – ambas suspensas na atualidade.

Esses olhares permeiam os quatro dias de programação, em espetáculos como Na Manha do House, no qual o carioca Bonde do Jack traz discussões contemporâneas a partir do encontro entre o house e o funk carioca, Lugar Comum, na videodança da alagoana Aldinete de Souza sobre tempo e espaço, na performance Enlugar, de Raissa Costa, a respeito da relação corpo-espaço a partir das casas abandonadas do centro de Manaus, e Goldfish, de Alexandre Américo, do Rio Grande do Norte, guiado pela solidão.

São Paulo está representada, com três apresentações: Sede, espetáculo no qual o grupo Afrobreak usa o breaking para discutir comportamentos humanos e o existir, o premiado Elo, da T. F. Style Cia de Dança, com diálogos poéticos entre corpo, arquitetura e público, e Improviso na Garagem, um duo entre o bailarino Matheus Moreira e a câmera do artista visual Jack Bones numa garagem vazia (anexada, segue toda a programação).

Estas apresentações acontecem sempre às 20h pela plataforma Zoom, e são seguidas por bate-papos dos elencos e com os críticos de dança Flávia Pinheiro, de Pernambuco, e Kleber Lourenço, de São Paulo. Os ingressos podem ser reservados via Sympla. Para mais informações, basta acessar www.itaucultural.org.br.

A programação abre no dia 18 (quinta-feira), com dois projetos vindos de um novo olhar sobre os inscritos no edital Arte como Respiro – Edição Cênicas, ambos do segmento da dança de rua. Em Sede, o grupo paulista Afrobreak liga o elemento urbano do breaking à dança contemporânea e outras influências para abordar o comportamento humano, permeado por riscos, através de situações e personagens da vida real representados em expressões corporais.

Na performance Na Manha do House, o Bonde do Jack, do Rio de Janeiro, olha para a contemporaneidade a partir da essência da cultura de periferia, que dialoga com o popular e agrega a cena da cultura regional. No palco, isto se dá por meio do encontro da dança house com o funk carioca, resgatando a confluência dessas duas expressões, que, como muitas danças de diáspora, conversam entre si.

Na sexta-feira, dia 19, a apresentação é de Elo, da paulista T. F. Style Cia de Dança. Premiado como a Melhor Estreia de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o espetáculo é o registro de uma proposição poética feita para espaços alternativos, que coloca em diálogo corpo, arquitetura e público em busca de outro olhar para a cidade, habitando o invisível. Questionando qual é a urgência deste corpo hoje, vê ele somado ao outro, criando entendimentos desatados, desacorrentados, mas unidos pelo brincar, pelo mover, pelo afeto.

Espaços

A relação com o externo, assim como a total privação, marca a programação do Palco Virtual ao longo do final de semana.

No sábado, dia 20, a mostra é aberta por Lugar Comum, com Aldinete de Souza, integrante do Centro de Pesquisas Cênicas, de Alagoas. A videodança parte da variável entre espaço e tempo, no qual o primeiro se transforma ao longo do segundo e pode ser ocupado por pessoas diferentes. No roteiro, a rua é onde o indivíduo se sente dono do espaço que ocupa. No ônibus, ele enfrenta dificuldades cotidianas. Por sua vez, o banheiro representa os espaços íntimos, que deveriam ser de pureza psicológica, mas acabam, por muitas vezes, se transformando em mais um lugar de opressão social.

Na sequência, Enlugar visa potencializar e fortificar o contexto histórico cultural amazonense. Registro da performance presencial realizada em 2019 por Raíssa Costa, ela surge de reflexões e experimentos sobre a relação corpo-espaço, a partir das casas abandonadas do centro de Manaus. Pensar ajustes e acordos entre os elementos desta relação permite entender que corpo e espaço têm uma troca mútua, renovando e ressignificando o entorno.

O diálogo com o que está à volta também dá início à programação do domingo, dia 21, com a videodança Improviso na Garagem, trabalho feito em colaboração entre o bailarino Matheus Moreira e o artista visual Jack Bones. Ocupando a garagem do condomínio onde moram e interagindo com sua arquitetura, eles abordam novas maneiras de corpos e espaços coexistirem em um mundo doente. Assim acontece o duo entre bailarino e câmera, no qual a integração investiga possibilidades associadas às limitações impostas pelo estado de quarentena – período no qual o vídeo foi criado.

O espetáculo que fecha esta edição do Palco Virtual é Goldfish, do coreógrafo Alexandre Américo, do Rio Grande do Norte, que trata da sensação de privacidade. Nesta versão remota da obra, a solidão é aspecto norteador do vídeo, no qual o performer dança enquanto é filmado por uma câmera em perspectiva subjetiva. O trabalho é o resultado de vivências em tempos e formatos distintos: laboratórios em residência artística e vídeos de ensaio, bem como uma transmissão ao vivo por uma plataforma virtual, em plena pandemia.

SERVIÇO:  

Palco Virtual – Dança

De 18 a 21 de março (quinta-feira a domingo), sempre às 20h

No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br  

Confira a programação completa no material anexado. 

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