Comemorando 30 anos de trajetória, a Cia. dos Atores estreia “Insetos” em 17 de maio, no Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília. Com texto original de Jô Bilac adaptado pela Cia. dos Atores e pelo diretor Rodrigo Portella, a montagem traz quatro fundadores da companhia no elenco: Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Susana Ribeiro e Gustavo Gasparani. A peça ficará em cartaz até o dia 10 de junho, com sessões de quinta a domingo (17/5 a 10/06). A peça “Insetos” tem patrocínio do Banco do Brasil. Na sexta-feira (18/05) haverá um bate-papo após a sessão com o diretor Rodrigo Portella e com os atores,da Cia de Atores, Gustavo Gasparani, Marcelo Olinto, Cesar Augusto e Susana Ribeiro.
Repetindo aqui a parceria com a Cia. dos Atores após o sucesso de “Conselho de Classe” (2014), Jô Bilac propôs dar voz aos insetos para este novo espetáculo do grupo. São doze quadros que se entrelaçam formando a narrativa, na qual o autor fala sobre medo e manipulação. Como uma fábula, o texto traça paralelos entre a natureza e questões políticas e sociais da atualidade – evocando comportamentos coletivos e individuais que vão sendo revelados na voz de diferentes insetos: cigarra, gafanhoto, barata, louva-a-deus, besouro, mariposa, borboleta, mosquito, cupim e formiga, entre outros.
Em cena, uma situação de êxodo gera um desequilíbrio imenso na natureza. Há escassez, tirania e guerra. O colapso está instaurado. Os gafanhotos tentam destruir tudo, mas se veem diante de uma nova ordem imposta pelo louva-a-deus. Nesse universo, o olhar sobre o humano ganha uma nova perspectiva, atravessada pela realidade dos insetos. “O Jô usa os insetos na dramaturgia em analogia com personagens da nossa história, situações que estamos vivendo atualmente. Temos figuras do poder, estratos sociais, mas sem uma nomeação direta”, explica Susana Ribeiro. “Queremos usar desequilíbrios da natureza como espelho da sociedade”, comenta Cesar Augusto.
Insetos, novo espetáculo da Cia. dos Atores, juntamente com o Jô Bilac, traz uma reflexão pertinente sobre as questões sociais e políticas contemporâneas utilizando as relações encontradas na natureza.
Com cenário de Beli Araújo e Cesar Augusto o espaço será ocupado por pneus, que criam diferentes quadros para as cenas. Os figurinos de Marcelo Olinto trazem referências ao universo dos insetos – como asas e antenas – mas não são a representação fiel desses bichos. “Essa peça me permite trabalhar o lugar do atrito entre o cômico e o trágico, refletido no estado de guerra proposto pelo texto. Trabalhamos entre o universo microscópico e invisível dos insetos e o nosso universo”, diz Rodrigo Portella.
Para a companhia, o espetáculo é também uma celebração. “Em cena, temos 30 anos de convívio. Nos conhecemos bastante e já sabemos o que esperar do outro. Temos muito menos atrito. Olhamos um para o outro em cena e nos reconhecemos”, diz Gustavo Gasparani. “Acho que uma palavra que nos definiria seria inquietação. E uma das coisas boas é que nos colocamos o desafio de trabalhar com pessoas novas, como o Rodrigo (Portella), que é de outra geração. Essa inquietação e essa disponibilidade para o novo nos acompanha desde 1988”, completa Marcelo Olinto.
Espetáculo: “Insetos”
CCBB Brasília
Temporada: De 17 de maio a 10 de junho
Sexta-feira 18/05 acontecerá um bate-papo com diretor e elenco da Cia de Atores
Horários: quinta a domingo às 20 h. Sábado, sessões duplas às 18 h e 20 h.
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 80 minutos
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)