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A arte da palhaçaria sob a ótica feminina. Essa é a proposta básica do Festival Palhaças do Mundo , que movimentará a capital federal de 12 a 16 de outubro. “Será um espaço dedicado à divulgação da arte da palhaçaria com o objetivo de estreitar o diálogo entre artistas, curadores e expectadores. Mas é sempre um lugar de reflexão sobre o lugar da mulher no mundo”, afirma a idealizadora do projeto Manuela Castelo Branco.
O encontro contará com uma diversificada programação e permitirá ao público conhecer um pouco mais sobre o universo da mulher e da palhaça, por meio da exibição de curtas, de atividades coletivas, lançamento de uma revista sobre o tema, debates e encenações inclusivas, com tradução em libras e áudio descrição.
A partir dos espetáculos e números do cabaré, palhaças brasileiras e estrangeiras garantirão momentos de muitas gargalhadas para toda a família. O público e as próprias artistas poderão conhecer mais sobre outras iniciativas de caráter semelhantes ao redor do mundo. “A cidade ganhou espaço no cenário cômico internacional a partir do festival e de suas ações tópicas. E com a vinda de curadores de outros projetos, as palhaças locais podem ganhar visibilidade do trabalho, gerando oportunidades que vão além da cidade, intercâmbios interestaduais ou internacionais”, destaca Manuela Castelo Branco.
A idealizadora chama atenção ainda para, além dos espetáculos locais, nacionais e internacionais e dos cabarés mistos, as tradicionais ações coletivas que, nesta edição, radicalizam seu sentido político e crítico, trazendo performances coletivas como a Queimada de Sutiãs de Palhaças, e o Bicicletalhaças – um passeio coletivo com as palhaças. O público em geral poderá participar dessas ações, juntamente com as artistas e num grau de proximidade intensificado.
Na programação há ainda os debates’Palhaças em Tese’ e o inédito Encontro de Curadoras. “Teremos também o lançamento do seriado Palhaças do Mundo, que é um mapeamento audiovisual de palhaças, com canal on line e exibições públicas. Essa ação em especial é fruto de uma séria de entrevistas feitas pela idealizadora desde 2008. Fruto de curiosidade e pesquisa, esse seriado é um mergulho no universo dessas mulheres”, ressalta.

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Programação:

Dia 12/10 (quarta-feira)

+ Queimada de Sutiãs de Palhaças (Coletivo Transverso \ Andaime\ Circa Brasilina \ DF)
Horário: 16h
Local: Gramado da FUNARTE
Classificação Indicativa: 14 anos
Entrada Franca
Sinopse: Uma invasão de palhaças onde elas saem para se divertir e jogar juntas um brinquedo coletivo clássico entre mulheres, a queimada. Para além da diversão garantida, através desta ação coletiva, elas chamam a atenção para um momento histórico, que dá conta da luta das mulheres, e que é uma triste lembrança da sociedade, referindo-se à mulheres que foram trancadas e assassinadas numa indústria têxtil, em plena revolução industrial. Essa atividade é realizada em parceria com o Coletivo Transverso, a Cia Andaime e a Circa Brasilina.

+ Curta Palhaças
Seriado Palhaças do Mundo (webserie)
Horário: sempre antes dos espetáculos
Local: FUNARTE
Classificação indicativa: livre
Entrada franca
Sinopse: Desde 2008 a pesquisadora e palhaça Manuela Castelo Branco vem coletando entrevistas e performances de ícones da palhaçaria feminina mundial. Através destes curtas-documentários é possível informar, mas também criar um registro histórico da atuação de mulheres e palhaças.

+Palhaças em Tese
Lançamento da Revista Palhaçaria Feminina Michelle Silveira (RS), Do Canal de Vídeos: Palhaças do Mundo Manuela Castelo Branco (DF)
Horário: 20h
Local: FUNARTE – Circa Brasilina
Classificação livre
Entrada franca
Sinopse: A revista Palhaçaria feminina nasceu em 2010 como espaço de mapeamento e de discussões sobre os produtos e conceitos escondidos dentro das práticas de muitas mulheres e palhaças espalhadas pelo mundo. Ao longo das edições pode-se ver o percurso do pensamento acerca da palhaçaria feminina. Neste dia teremos o lançamento da terceira edição da revista, que conta com uma série de artigos, a maioria deles vinculados a teses de graduação e mestrado, bem como o lançamento do Canal de Vídeos do projeto.
Currículo Michele Silveira
Ficha técnica:
Mediadora: Karla Conká (RJ) – Esse Monte de Mulher Palhaça
Michele Silveira (RS) – Revista Palhaçaria Feminina
Manuela Castelo Branco (DF) – Canal de Vídeos \ Palhaças do Mundo

Dia 13/10 (quinta-feira)
Espetáculo: Bem Te Vida Marmotta
Artista: Palhaça Marmotta – Lia Motta (RS)
Horário: 21h
Local: FUNARTE\ Sala Plínio Marcos
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 50 minutos
Ingresso: R$ 10 (meia)
Sinopse: Espetáculo solo de palhaça livremente inspirado na obra “Memórias Inventadas, as infâncias de Manoel de Barros”. A Palhaça Marmotta aporta em um novo lugar acompanhada de seu companheiro Tumtum. Juntos, eles buscam um lugar especial onde Tumtum possa ganhar a sua liberdade de volta. Diante da separação anunciada, Marmotta revive memórias e busca na relação com o público a força que precisa para cumprir a sua missão. Um espetáculo cômico e delicado sobre o que nos torna humanos. Um brinde ao ridículo de nós mesmos.

Sobre Lia Motta: Palhaça, atriz e produtora cultural, graduada em Artes Cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Foi atriz no Circo Teatro Biriba (SC) e desde 2004 pesquisa a linguagem do palhaço. Possui formação com os mestres: Sue Morrison (Canadá), Ivan Prado (Espanha), Pepe Nuñes (Espanha), John Mowat (Inglaterra), Esio Magalhães (Campinas), Aziz Gual (México), As Marias da Graça (RJ), Fiorella Kollman (Peru), Adelvane Néia (SP), Lili Cúrsio (Argentina), Léris Colombaione (Itália), Phillipe Gaulier (França). Fundadora da Cia.Palhaça Sem Lona, ministra oficinas de palhaço e atua no espetáculo ”Bem te vida Marmotta”. Como palhaça é apoiadora da organização internacional Pallasos en Rebeldía, onde atuam em territórios de conflito por todo o mundo. Em março de 2016 realizou a 1ª Mostra Tua Graça Palhaça em Porto Alegre, reunindo trabalhos de mulheres palhaças da cidade e espetáculo internacional. Faz parte também do grupo teatral Cuidado que Mancha.
Ficha técnica:
Palhaça Marmotta: Lia Motta Direção: Fernanda Beppler Orientação Palhacística e Dramaturgia: Esio Magalhães Adereços: Clarice Feres Cenografia: Carlos Alexandre e Lia Motta Figurino: Ceciliana Aires Grupo: Palhaça Sem Lona

Dia 14/10 (sexta-feira)
Espetáculo: Quando o Coração Transborda
Artista: Maíra Oliveira (DF)
Horário: 21h
Local: Teatro FUNARTE Plínio Marcos
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 1h30
Ingresso: R$ 10 (meia)
Espetáculo com áudio descrição e tradutor de libras
Sinopse: A partir de textos, músicas, cartas e lembranças, Maíra Oliveira reflete sobre o ofício do ator, aborda temas intimamente ligados à sociedade brasileira contemporânea e reconstrói sua trajetória como atriz, relembrando um pouco da história do grupo Esquadrão da Vida e da relação com seu pai, o grande criador Ary Pára-Raios.
Sobre Maíra Oliveira: A trajetória de Maíra Oliveira é marcada desde o início pelo envolvimento com o grupo teatral Esquadrão da Vida – onde atua como diretora, atriz e acrobata. Ministra oficinas de preparação corporal e teatro acrobático para crianças, jovens e adultos em instituições do Distrito Federal. Desde 2003, com a morte de Ary Pára-Ráios, criador do Esquadrão da Vida, tornou-se sua diretora principal, tomando frente dos trabalhos de reformulação, resgate e desenvolvimento do legado da trupe – que completou 34 anos em dezembro de 2013 – seu principal foco de trabalho.

Festa com Dj: Karla Testa
Local: Circa Brasilina – gramado da FUNARTE
Entrada franca
A partir das 22h

Dia 15/10 (sábado)
Espetáculo: Utopia
Artista: Palhaça Luna – Maria Simões (Portugal)
Horário: 19h
Local: Teatro Funarte Plínio Marcos
Classificação Indicativa: livre
Duração: 50 minutos
Ingresso: R$ 10 (meia)
Sinopse: Sozinha em cena, a palhaça chega à sua casa-vulcão-ilha carregando o mundo às costas, um mundo disforme e velho, pesado e doente. Ao longo do tempo, tratará de o remendar, criando uma ilha UTOPIA sem guerras e sem fome, sem religião, uma ilha-país-nómada com bandeira e hino.
Com muitas pitadas de humor e ternura, “Utopia” é o espetáculo para toda a família olhar o futuro com olhos de riso e de esperança. Se as gargalhadas do público se misturarem com lágrimas de emoção… não será pura coincidência.
Sobre Maria Simões: Natural de Aveiro (Portugal), Maria Simões dedicou-se ao teatro em Tondela e em 2003 tornou-se palhaça. Há 10 anos vive em Açores desenvolvendo a sua atividade de artista na comunidade, nos palcos e onde criou a cooperativa cultural Descalças. Trabalhou, como atriz, com Pierre Voltz, Duarte Morgado, José Rui Martins, José Abreu Fonseca, Pompeu José, Teresa Grancho, Nuno Cardoso, Rui Pisco, entre outros. Como palhaça, desde 2003, trabalhou em Cabo Verde, Portugal, Espanha, Chile, Bolívia, Peru e Uruguai e teve formação com Jesus Jara, Lluna Albert, Pepe Nuñez, Eric de Bont, Julie Sagues, Wendy Ramos, Paloma Reys de Sá e Veronica San Vicente.

Como palhaça Luna, tem conciliado a apresentação profissional de espetáculos e, como formadora, com um socialmente transformador trabalho comunitário. Como criadora e intérprete, os seus trabalhos refletem o encontro de vários domínios artísticos (teatro, vídeo, música, artes plásticas) que procuram uma comunicação estreita com o público a quem se dirigem, promovendo, ao mesmo tempo, a construção de cumplicidades artísticas por todo o mundo e a transformação social através da Arte. Em 2015 esteve num campo de refugiados na Macedónia. Os seus trabalhos como palhaça passaram a refletir a urgência de ser a voz destas pessoas. Em 2015 criou o Bolina, Festival Internacional de Palhaças.

Ficha técnica:
Direção, Dramaturgia e Interpretação: Maria Simões
Assistência de Direção: Celia Ruiz
Cenografia: Rocio Matosas e Marta Fernandes da Silva
Figurino: Rocio Matosas
Desenho de Luz: Rocio Matosas
Marceneiro: Mário Medeiros
Clowntraining em criação: Gardi Hutter, Jesús Jara, Veronica San-Vicente
Grupo: Palhaça Luna

Cabaré
Mestre de Cerimônias: Michele Silveira (RS)
Artistas diversas. Locais, nacionais e estrangeiras dividindo um mesmo espetáculo, com números curtos que trazem temas relevantes a comicidade feminina. O cabaré é um espaço privilegiado para testar números, experimentar plateia, e mostrar produtos para a curadoria presente no festival.
Horário: 21h
Local: Funarte \ Sala Plínio Marcos
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 1h30
Ingresso: R$ 10 (meia)
Sinopse dos números em separado.

Dia 16/10 (domingo)
Bicicletalhaça (Rodas da Paz \ Cara de Anjo\ Circa Brasilina \ DF)
Horário: 10h
Local: Pç dos 3 Poderes
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 1 hora
Entrada Franca
Sinopse: Antes não podia. Agora pode! Então vamos pedalar?! Uma invasão de palhaças com bicicletas promovendo uma outra proposta de ocupação da cidade. A intervenção reflete sobre os últimos fatos políticos brasileiros através da poética e ótica das palhaças. Essa atividade é realizada em parceria com o Rodas da Paz, o grupo Cara de Anjo e a Circa Brasilina.

Encontro com Curadoras
Horário: 16h
Local: Circa Brasilina – gramado da FUNARTE
Duração: 1h30
Entrada franca (com inscrição prévia pelo site circabrasilina@gmail.com)

Espetáculo: PERHAPS,PEçaRHAPS,PERHAPS…Quizás
Artista: Palhaça Greta – Gabriela Muñoz (México)
Local: Teatro Funarte Plínio Marcos
Classificação indicativa: livre
Duração: 50 minutos
Ingresso: R$ 10 (meia)
Sinopse: É um espetáculo de palhaça que brinca com a ideia da espera e da fantasia pelo homem perfeito, a solidão que a acompanha quando ela mesma é tão imperfeita. Em uma época aonde a pressão do tempo e a falta de esperança é iminente, nossa protagonista Greta ensaia uma vez por semana a o grande dia, o dia do seu casamento. Será que essa noite ela terá sorte? Talvez, talvez, talvez.

Serviço:
Festival Palhaças do Mundo
De 12 a 16/10
Local: Funarte-Eixo Monumental
Classificação livre.

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