Entrou em cartaz no último dia (03\09), no Centro Cultural do Banco do Brasil, a exposição fotográfica ‘Genesis’ de Sebastião Salgado. A mostra traz 245 fotos divididas em 5 seções geográficas: aldeias, animais, desertos, florestas e montanhas. O projeto, com curadoria de Lélia Wanick Salgado, foi produzido entre os anos de 2004 e 2011, em longas viagens que o fotógrafo fez em lugares onde a natureza ainda permanece intacta, em 32 regiões remotas do globo, como a Amazônia, Antártida, África, Botswana, Ilhas Galápagos, Madagascar, Sibéria, entre outros.
“Optamos inicialmente por uma aproximação temática destacando as origens geofísicas da terra, seus animais e sociedades primitivas. Porém, as explorações às diversas regiões resultaram imagens dedicadas a temas também diversos. Decidimos, então, organizar as fotografias em ecossistemas, acreditando ser esta a melhor maneira de vislumbrar o funcionamento da natureza”, explica a curadora.

Na seção ‘Planeta Azul’, a Antártida, com suas paisagens congeladas, os animais, pinguins, leões marinhos e baleias, também imagens do Sul da Georgia, as Falklands/Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich, onde as numerosas espécies de albatrozes, petreis-gigantes e cormorões. Em ‘Santuários’, Galápagos com suas ilhas vulcânicas e fauna diversificada, ainda as populações anciãs da Nova Guiné e Irian Jaya, os Mentawai da Ilha Siberut, nos arredores da província de Sumatra, na Indonésia.  ‘África’, desde a vida selvagem do Delta de Okavango, na Botswana, até os gorilas do Parque Virunga, na divisa de Ruanda, Congo e Uganda; do grupo Himba, da Namíbia, e dos tribais Dinkas do Sudão, até a população do Deserto Kalahari em Botswana; das tribos do Omo Sul, na Etiópia, até as antigas comunidades cristãs do norte da Etiópia. Os desertos, as cores intensas, o vermelho, o cinza escuro, na arte rupestre datada de milhares de anos. Em ‘Terras do Norte’, no Alasca e Colorado, nos Estados Unidos; as paisagens naturais do Parque Nacional Kluane, no Canadá, o extremo Norte da Rússia, incluindo o local de reprodução do urso polar na ilha Wrangel, a população indígena Nenet, no norte da Sibéria, e também a península Kamchatka, na ponta mais oriental da Rússia. Na seção ‘Amazônia e Pantanal’, uma gigante árvore da vida cortada pelo rio Amazonas e seus afluentes seguindo em direção ao Norte para capturar os Tepuis Venezuelanos, as mais antigas formações geológicas.

Experiências incríveis e lembranças emocionantes são descritas pelo fotógrafo: “Em uma viagem no norte da Etiópia, caminhamos eu e Lélia mais de 850 km a pé nas montanhas, passamos por lugares citados no Velho Testamento, onde a população nunca havia visto um ocidental. Eles vivem isolados e eles são em torno de 5 milhões de pessoas e tem sua riqueza cultural intacta. Por estes caminhos passaram milhares de pessoas, esses caminhos foram feitos pelas pisadas e pegadas de civilizações durante mais de 5 mil anos. As Ilhas Malvinas, que todos conhecem pela guerra, são o maior arquipélago do globo terrestre, de lá partimos em direção às  longínguas ilhas Sandwich onde existem nove ilhas  e a maior população de pinguins do mundo, dentro do Círculo Polar Ártico. Com os nômades no norte da Sibéria enfrentamos uma temperatura de -35º e viajamos em um trenó de vestidos com roupas rústicas feitas de pele de hena. Uma paisagem colossal feita de gelo e com uma visão infinita”.

O amor à natureza em todas as suas formas e manifestações fez com o fotógrafo buscasse o verdadeiro significado dos reais problemas que o planeta enfrenta. “Nosso objetivo é abrir os olhos das pessoas para as maravilhas da terra, mas não somente aquelas que tivemos a oportunidade de encontrar e captar em imagens.

Juntamente com o ‘Instituto Terra’, há quinze anos nós iniciamos uma batalha em prol da conservação e preservação. Em nossa propriedade em Minas Gerais nós já reflorestamos quase 700 hectares com espécies originais da Mata Atlântida”, declara.

Serviço:
Exposição ‘Genesis’ de Sebastião Salgado
De 03|09 a 20\10 (de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h)
Local: CCBB-Centro Cultural do Banco do Brasil-SCES trecho 2, lotes 22
Informações: (61) 3108-7600
Entrada Franca
Classificação livre.
* O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de quarta a segunda-feira. Consulte todos os locais e horários de saída no site e no Facebook.
**O Centro Cultural também oferece transporte escolar gratuito para escolas públicas, ONGs e instituições assistenciais do Distrito Federal e entorno mediante agendamento pelos números (61) 3108-7623 e (61) 3108-7624

(Colaborou Manu Santos)