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Um dos escultores mais famosos da história, Auguste Rodin é um dos poucos artistas que dividiram a trajetória da linguagem artística na qual atuaram. A escultura é uma antes e outra depois de Rodin. O mestre que fundou a escultura moderna em uma mostra que reúne esculturas e fotografias do mestre que alia originalidade e ousadia.
Sob curadoria de Marcus de Lontra Costa, a exposição Auguste Rodin – o despertar modernista é dividida em dois segmentos. No primeiro está um conjunto de 14 esculturas, pertencentes aos acervos da empresa mineira Vallourec (10 peças) e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (4 obras). No segundo, fotografias vindas especialmente do Museu Rodin , na França, e outras que integram o acervo da Pinacoteca de SP, num total de 36 imagens, selecionadas para informar o espectador sobre a vida e a obra do grande mestre. Vai ser possível conhecer mais de perto o cotidiano de Rodin em seu ateliê e seu método de trabalho – Rodin desenhava suas peças, esculpia em formato menor, fazia os moldes em gesso e depois seus assistentes se incumbiam de ampliá-las em outros materiais.
Considerado o primeiro escultor da era moderna, responsável por recuperar a importância da escultura como linguagem artística, Auguste Rodin sintetiza, em seu trabalho, tradição e ousadia. Em suas obras de pequeno porte, torções e movimentos de referência expressionista acentuam a sensualidade e a poética do mestre. Obras como O beijo e O Pensador atuam no imaginário coletivo como marcos da comunicação estética da cultura ocidental.
Segundo o curador, a escolha de Brasília para acolher a exposição não acontece ao acaso: “Se as esculturas de Rodin fundam a modernidade e acentuam o início de um movimento que embasa todo o século XX, Brasília representa a apoteose e o ocaso do pensamento e da produção estética modernista. Distantes no tempo, as esculturas de Rodin e a arquitetura de Brasília dialogam, ambas, com a tradição barroca e a clareza do método construtivo”.

O ARTISTA

(Paris, 12 de novembro de 1840 — Meudon, 17 de novembro de 1917)
FRANÇOIS-AUGUSTE-RENÉ RODIN, conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna, ele não se propôs a rebelar-se contra o passado. Foi educado tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho, e desejava o reconhecimento acadêmico, embora ele nunca tenha sido aceito na principal escola de arte de Paris (sua incapacidade em ganhar a vaga pode ter sido devida ao gosto neoclássico dos juízes, enquanto Rodin tinha sido educado à luz da escultura do século XVIII. Deixando a Petite École em 1857, Rodin ganhava a vida como artesão e com ornamentos durante a maior parte das próximas duas décadas, a produção de objetos decorativos e enfeites arquitetônicos).
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única em modelar uma superfície complexa, turbulenta, profundamente embolsa em argila. Muitas de suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas durante sua vida. Eles entraram em confronto com a tradição da escultura da figura predominante, onde as obras eram decorativas, estereotipadas, ou altamente temáticas. Seu trabalho mais original partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria, modelado o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno de seu trabalho, mas se recusou a mudar seu estilo. Sucessivas obras trouxeram aumentos de favores do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo de sua primeira grande figura – inspirada por sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas comissões mais tarde ele procurou, sua reputação cresceu, de tal forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em 1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos procuraram seus trabalhos após sua mostra na Exposição Universal, e ele fez companhia com uma variedade de intelectuais e artistas de alto nível. Ele se casou com sua companheira ao longo da vida, Rose Beuret, no último ano de vida de ambos. Suas esculturas sofreram um declínio de popularidade após a sua morte em 1917, mas dentro de algumas décadas, o seu legado se solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.

Serviço:
Exposição Auguste Rodin – O Despertar Modernista
De 17/08 a 05/11 (terça-feira a sábado), das 9h às 19h
Local: TCU- Espaço Cultural Marcantonio Vilaça (SAFS, Quadra 4, Lote 01)
Entrada franca
Classificação livre.