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A Galeria Alfinete apresenta a partir de sábado (15), dois artistas consagrados e conhecidos do público em Brasília. São eles: Elder Rocha e Polyana Morgana. Elder Rocha, um dos artistas de Brasília mais premiados de sua geração apresenta, na Sala Um, a exposição Soft Porn, e Polyanna Morgana, artista, professora e curadora, inicia, na Sala Dois, o projeto Relato o cotidiano. Altero o noticiado, que pretende reunir, visualmente, as cidades de Brasília e Curitiba.
Em Soft Porn, Elder Rocha explora as possibilidades de diálogo entre a pintura e outras linguagens como instalação, escultura, desenho e colagem. Segundo o artista, a ideia é deixar que o espectador construa as pontes para uma relação emocional com as obras. Já Polyanna Morgana discute, em Relato o cotidiano. Altero o noticiado, dois aspectos antagônicos e, de certa maneira, complementares da realidade brasileira: a mídia corporativa e o ativismo independente.

EXPOSIÇÕES

SOFT PORN
Elder Rocha apresenta nesta exposição três pinturas (polípticos) da série “Soft Porn” realizada em 2016, especialmente para esta ocasião.
“Neste texto esbarrarei sempre na difícil transcrição dos desejos e experiências de natureza visual para a linguagem verbal. É importante dizer que, ao longo de minha produção, tenho me dedicado com objetividade à construção de imagens que se revelam mais importantes para mim à medida que se afastam da possibilidade de serem expressas por qualquer outro meio.
O meu esforço principal é a busca por imagens que só se tornam necessárias quando tratam das questões particulares da visualidade. Tento também explorar as possibilidades de interseções e sobreposições da pintura com outras linguagens como instalação, escultura, desenho e colagem, utilizando operações de deslocamento e apropriação na busca da ampliação da linguagem pictórica.
Busco criar superfícies absorventes de significado, não emissoras, a partir das quais o espectador possa sempre construir uma relação emocional com a imagem somando suas experiências pessoais ao estímulo visual proposto. Desta forma, considero ser importante limpar as imagens de qualquer traço de narrativa buscando assim ampliar as possibilidades polissêmicas da arte. Busco o silêncio que antecede uma explosão”.

RELATO O COTIDIANO. ALTERO O NOTICIADO
A exposição apresentada na Galeria Alfinete parte da observação cotidiana sobre o trânsito de informações a partir da atuação de dois agentes antagônicos: a mídia corporativa, habituada a inocular juízos de valor às noticias; e um ativismo independente – midiático ou não – comprometido com resguardar os valores da democracia. Partindo de uma reflexão sobre estas forças antagônicas e seu impacto na formação do atual cenário político e social brasileiro, foi elaborada a proposta apresentada na exposição ‘Relato o cotidiano. Altero o noticiado’. O título, homônimo ao do trabalho apresentado, revela um anagrama que estende a transposição de letras própria deste jogo de linguagem a uma transposição maior de sentidos, que aclama, também, por meio do uso do verbo em primeira pessoa, uma postura ativa por parte do observador.
Na galeria, teremos acesso à primeira etapa do projeto, composto ao todo por três momentos. Nesta primeira etapa, o público poderá conhecer uma instalação constituída pela reprodução dos dois cartazes que balizam o projeto e pelo mapa de duas cidades: Brasília e Curitiba, que protagonizam momentos cruciais no nosso atual cenário político. Estas cidades também foram, no caso de Brasília, ou são, no caso de Curitiba, moradas da artista. Nos cartazes são apresentadas as palavras DISPERSÃO e AGLOMERAÇÃO, substantivos que sugerem tanto comportamentos físicos quanto atitudes mentais, e ainda um personagem ao fundo, cuja identidade não é possível observar com clareza. Na instalação, o público visitante ainda poderá ver, nos mapas, os locais que a artista escolheu para afixar os cartazes, assim como os critérios de seleção destes pontos. O público também poderá sugerir locais.
A exposição é também um convite para o público participar da segunda etapa do projeto, um processo de financiamento coletivo desses cartazes, que serão afixados simultaneamente em várias áreas públicas de Brasília e Curitiba durante um mês. A necessidade de gerar este financiamento coletivo se dá em vista do alto custo para sustentar um projeto com esta extensão de tempo e território. A intenção em manter a difusão destes cartazes durante um mês é alcançar um nível – por meio da alteração da paisagem urbana, da peculiaridade dos cartazes e do tempo de permanência destes – notório de discussão sobre esses conceitos e questões que eles suscitam. Esta nova aparição do trabalho, em área pública, integra a terceira etapa do projeto.

Serviço:
Elder Rocha e Polyana Morgana
Alfinete Galeria
Endereço: CLN 103 bloco B loja 66.
Abertura sábado 15 de outubro às 17h.
Em cartaz de quarta a sábado, das 15h às 19h30.
Entrada franca.
Informações: alfinetegaleria.com.br
Classificação livre.

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