Filme produzido pelo IPAM com apoio do Instituto Raoni será lançado em evento gratuito na Caixa Cultural Brasília 

O minidocumentário “O chamado do cacique: herança, terra e futuro” estreia nesta terça-feira (23) em evento gratuito na Caixa Cultural Brasília, das 18h às 22h.

Na ocasião, serão exibidos também curtas de artistas indígenas: “Artesanato”, “Memórias nas coisas do vovô” e “Menire djapej: o trabalho das mulheres”. 

A cerimônia de lançamento – que coincide com o Acampamento Terra Livre (22 a 26/04, em Brasília) e o Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas (15 a 26/04, em Nova York) – contará com a participação de líderes indígenas, representantes do governo, cientistas e sociedade civil.

Entre os confirmados, estão Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas; Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Joênia Wapichana, presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas); além de Beptuk Metuktire e Mayalú Txucarramãe, nova geração de lideranças da etnia Mebêngôkre (Kayapó), que representarão o cacique Raoni Metuktire no evento. 

Produzido pelo projeto Amazoniar do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em parceria com o Instituto Raoni, o filme foi gravado durante a reunião organizada em julho do ano passado pelo cacique Raoni, que uniu povos indígenas na aldeia Piaraçú, no Mato Grosso, em prol do futuro do planeta.

O documentário celebra a jornada do cacique em defesa dos direitos humanos enquanto destaca a oportunidade de diálogo entre os povos indígenas e não indígenas. Ilustra também as histórias pessoais que revelam a importância dos povos originários e trata das ameaças aos seus direitos e cultura. Além disso, aborda a transição para uma nova geração de líderes e o surgimento de lideranças das mulheres indígenas. 

“Os povos originários mantêm uma relação íntima com seus territórios e são essenciais para que o país e o mundo se adaptem às mudanças climáticas. Eles estão dispostos a contribuir com a solução. Contudo, para oferecer essa contribuição à humanidade, precisam que seus direitos, territórios e tradições sejam respeitados. Somente assim, através de seu modo de vida, poderão contribuir significativamente para o equilíbrio climático global”, conta Lucas Ramos, coordenador do Amazoniar no IPAM e diretor do documentário. 

“Ao produzir o documentário, nosso objetivo no Amazoniar foi contribuir para que os indígenas brasileiros projetem suas vozes e levem o chamado do cacique mais longe, para que todos somem à luta pelos direitos dos indígenas e, por consequência, contribuam para o equilíbrio climático mundial. Este não é apenas um chamado por ação. É um convite para escutar, aprender e preservar juntos com nossos povos originários”, disse Ramos.