O primeiro longa-metragem da diretora Emeral Fennel ‘Bela Vingança’ com Carey Mulligan estreia o circuito hoje e dilacera a cultura o estupro.

Humor negro, vingança, argumentos que soam clichês povoam o filme que concorreu a 5 Oscars, incluindo Melhor filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz.

Tanto alarde não é à toa. O filme retrata de maneira direta a questão dos abusos contra mulheres cometidos todos os dias em qualquer lugar o mundo.

Cassandra (Carey Mulligan) tem 30 anos, largou a faculdade de medicina e trabalha em um café. Por aí já dá pra perceber que algo está errado e o motivo que atormenta a vida e a memória da moça aos poucos vai sendo revelado.

Uma garçonete durante o dia e uma mulher vingativa e rancorosa durante às noites perambulando por bares na cidade.

Fingindo-se de bêbada e desamparada Cassandra é constantemente abordada por homens que ousam se aproveitar da situação e levá-la pra casa. Quanta ingenuidade! Pobres rapazes desconhecem as motivações da beldade que se revela assim que as ‘preliminares’ se iniciam.

Os argumentos são os mesmo: “Acredito que nós temos um conexão”; “Você é tão bonita”; “Vou te levar pra casa mas antes podemos tomar um drink, vamos subir?”.

Assim que Cassandra se revela sóbria e completamente segura de si as reações dos homens mudam completamente em um misto de surpresa e medo. É hilária perceber como a abordagem muda quando temos o controle da situação.

Em uma cena ao retornar para casa pela manhã Cassandra é assediada por três h

trabalhadores em frente à uma construção. Assim que ela os encara e mantém uma postura firme e segura os homens se sentem intimidados e começam a insultá-la. Clássica reação de insegurança machista que se repete dia após dia.

As peças do quebra-cabeças vão se encaixando e Cassandra parte pra o seu plano de vingança. Um grave incidente ocorrido na época da faculdade desencadeia em uma busca incansável pelos responsáveis.

O filme é um tapa na cara da sociedade patriarcal e uma homenagem ao feminismo e sua força. Sem muitas complicações e justificativas teóricas, mostra a realidade nua e crua sem firulas.