Resultado dos dias de confinamento, a obra apresenta 96 desenhos do artista, que nos leva a refletir sobre um momento único em nossas vidas

Quem conhece Sanagê sabe como deve ter sido difícil para ele se manter em lockdown durante a pandemia. Inquieto, falante, Sanagê é um ser que gosta de viver e conviver em sociedade. Não abre mão de um bom papo, acompanhado de um café, e dos eventos culturais onde encontra os amigos e participa da cena artística.

A princípio ele, como muitos, pensou que tudo se resolveria rapidamente e que seria um período curto de reclusão, até que tudo voltasse ao normal. Mas não foi bem assim que aconteceu, e o que seria passageiro se mostrou mais duradouro e a quarentena de 15 dias poderia durar meses ou até anos, como de fato aconteceu. Ele até tentou manter uma rotina mínima, tomando todas as precauções contra a doença e ainda se arriscava a dar umas saídas.


Até que a sua companheira deu um ultimato e o proibiu de sair de casa. Para aplacar a ansiedade Sanagê resolveu assumir algumas tarefas de casa, principalmente a de cozinhar,onde encontrou algum tipo de prazer e satisfação. Segundo ele mesmo, é um bom cozinheiro e apesar de não seguir receitas, o resultado das suas invenções culinárias são bem satisfatórios.

Mas por mais que fizesse, ele ainda se sentia ocioso e foi aí que veio a ideia de aproveitar aquarentena para criar. E como em um ato desesperado para manter-se saudável diante de todo o caos buscou uma saída. Começou com o crochê, mas não se adaptou e, ao invés de desenhar com fios, trocou as agulhas pela caneta permanente de escrita fina, com a qual traçou seu labirinto. Nascia então o livro “96 Dias No Labirinto”, cujo resultado são 96 desenhos de Sanagê a procura de uma saída no final do túnel.

A inspiração, segundo o artista, veio dos traços do artista gráfico holandês Escher. Enumerando folhas A4 em branco, onde foi traçando suas linhas em espiral e usando frases soltas, em busca de dar algum sentindo para os dias, em que todos nós tivemos que nos resguardar em uma reclusão forçada. “O livro “96 Dias No Labirinto” é um relato pictórico de um momento imprevisto, em que a humanidade parou, no qual, durante o período de confinamento compulsório, dediquei-me a tarefas lúdicas, com o propósito de ocupação do tempo, e valorização do ócio”, afirma Sanagê, que no dia 7 de outubro às 16 horas, vai fazer o que mais
gosta: bater um papo com o público, onde vai contar como foi o processo de criação e depois autografar os livros, no Espaço Casa, onde também estará exposta a obra completa, que consta no livro “96 Dias No Labirinto”, em um painel de 2,50 x 2,50. Além de Brasília, Sanagê vai lançar o livro em todas as cidades onde realizou exposições, recentemente. Entre elas, Blumenau, Niterói, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.

Sobre Sanagê
Nasceu no Rio de Janeiro, numa família com um casal de irmãos, filho de Maria do Carmo e Oswaldo Cardoso. Chaga a Brasília em 1972, com a mesma história de todos, em busca de qualidade de vida e oportunidades. Experimenta várias atividades, mas o pendor para as artes materializa-se na fotografia, apesar de desde cedo demonstrar habilidade manual e ter a
curiosidade como foco.

Quando abandona a fotografia, resolve transformar as imagens abstratas e trazê-las para o plano tridimensional, fazendo da escultura seu ponto de partida. Para melhor, desenvolver sua arte, busca formação acadêmica na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Tendo participado de diversas exposições individuais e coletivas, hoje contabiliza obras que fazem parte do acervo de alguns museus de arte contemporânea. Desde então, tem uma produção independente, orientada pela linguagem neoconcretista.


Serviço:
Lançamento do livro “96 Dias No Labirinto”, de Sanagê Cardoso
Local: Espaço Casa, no CasaPark. (Entrada pela livraria Travessa)
Quando: 7 de outubro
Horário: 16 horas
Valor do livro: R$ 54,00
Pré-venda através do Pix 098.619.631-20. Valor da postagem nacional: R$ 9,25.