A 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontece este ano entre os dias 14 e 23 de setembro e em seus 10 dias de programação exibirá 120 títulos nas mostras competitivas,paralelas,especiais, hour concours e Mostra Brasília.
A diversidade em todas as suas formas de expressão ocupa o centro do debate produtivo do cinema brasileiro e este fator já se traduz em números registrados após a seleção de filmes para esta edição.
Pela primeira vez, as diretoras do gênero feminino e/ou identificadas por gêneros não-binários figuram em número mais expressivo do que os diretores de gênero masculino. 52,4% das diretoras são mulheres, 9,5% se inscreveram sob a categoria não-binária (outros) e apenas 38,1% dos selecionados são homens.
Já em um quantitativo de equipe de produção do festival, as mulheres são 75% do quadro de trabalho, enquanto os homens figuram entre os 25% da força produtiva do evento. Tais dados traduzem de forma prática a estratégia de se ampliar o escopo de vozes e pensamentos do nosso cinema.
Para Eduardo Valente, diretor artístico do Festival de Brasília, a curadoria apenas seguiu a sua missão de encontrar os filmes que acredita mais potentes para o evento, e que o fato de termos mais filmes dirigidos por mulheres entre os selecionados representa tão somente a força do talento das mesmas.
Neste ano, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chega a 13 Regiões Administrativas do Distrito Federal. Além de ocupar o cinema que tornou o festival conhecido em todo o Brasil – o Cine Brasília – a programação conta com apresentações simultâneas das mostras competitivas em São Sebastião, Riacho Fundo, Sobradinho e Taguatinga.
As atividades formativas ganham as cidades de Planaltina, Guará, Recanto das Emas, Ceilândia e São Sebastião, além do Plano Piloto; e o festival conta novamente com a parceria do Cinema Voador, com programação paralela apresentada nas cidades do Paranoá, Estrutural, Brazlândia, Samambaia e Gama.
Foram ao todo 724 inscrições de filmes interessados em pleitear o ‘Troféu Candango’, dos quais foram selecionados nove títulos de longa-metragem e 12 curtas-metragens para as Mostras Competitivas – Curtas e Longas.
Entre os longas, estão os documentários “Torre Das Donzelas”, de Susanna Lira (RJ); “Bixa Travesty”, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman (SP); e “Bloqueio”, de Quentin Delaroche e Victória Álvares (PE); e as ficções “Ilha”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA); “Los Silencios”, de Beatriz Seigner (SP/Colômbia/França); “Luna”, de Cris Azzi (MG); “New Life S.a.”, de André Carvalheira (DF) — que também concorre na Mostra Brasília; “A Sombra do Pai”, de Gabriela Amaral Almeida (SP); e “Temporada”, de André Novais Oliveira (MG).
Os curtas-metragens participantes da Mostra Competitiva se dividem entre oito ficções, três documentários e uma animação.
Os documentários são “Liberdade”, de Pedro Nishi e Vinicius Silva (SP); “Sempre Verei Cores no seu Cinza”, de Anabela Roque (RJ); e “Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados”, de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito (PE).
As ficções selecionadas são “Aulas que matei”, de Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia (DF); “Boca de Loba”, de Bárbara Cabeça (CE); BR3, de Bruno Ribeiro (RJ); “Eu, Minha Mãe e Wallace”, dos Irmãos Carvalho (RJ); “Kairo”, de Fabio Rodrigo (SP); “Mesmo com Tanta Agonia”, de Alice Andrade Drummond (SP); “Plano Controle”, de Juliana Antunes (MG); e “Reforma”, de Fábio Leal (PE) a animação “Guaxuma”, de Nara Normande (PE), também concorre ao Candango.
Os longas-metragens selecionados recebem R$ 15.000,00 cada; os longas-metragens participantes de sessões Hours Concours recebem R$ 10.000,00; e os curtas-metragens recebem R$ 5.000,00.
Além dos cachês de seleção, o longa-metragem escolhido pelo júri popular receberá o ‘Prêmio Petrobras de Cinema’, que consiste em R$ 200.000,00 em contratos de distribuição.
Em 2018, o público segue com o poder de eleição do ‘Melhor Filme na categoria Júri Popular’. Esta votação é feita através do aplicativo do Festival de Brasília, disponível para download em mobiles.
O Festival de Brasília é conhecido, também, por suas sessões ‘Hours Concours’, nas quais títulos de grande expectativa do público costumam abrir e encerrar as atividades do evento.
O longa-metragem responsável pela abertura do Festival é “Domingo”, ficção de Clara Linhart e Fellipe Barbosa (RJ). A trama acontece no interior do Rio Grande do Sul, no dia 1º de janeiro de 2003, dia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Duas famílias do interior gaúcho se reúnem em uma mansão rural para um churrasco, enquanto seus filhos adolescentes, de hormônios à flor da pele, transformam aquela data em um dia transformador. O filme fará sua estreia brasileira no Festival de Brasília, logo depois de voltar de sua estreia mundial no Festival de Veneza, onde será exibido na mostra paralela Venice Days.
Antes da exibição do longa, a abertura reserva espaço para o curta-metragem “Imaginário”, de Cristiano Burlan (SP), filme que se alinha à vocação política do Festival de Brasília e, às vésperas de uma eleição majoritária, faz um apanhado de discursos marcantes sobre a vida política do país desde os anos 1940.
Já no encerramento, antes do anúncio dos premiados com o Troféu Candango, o documentário “América Armada”, de Alice Lanari e Pedro Asbeg (RJ) será apresentado. O longa traça um panorama sobre a realidade contemporânea do Brasil ante uma das principais questões contemporâneas: a escalada da violência.
Para tanto, o filme parte de alguns personagens marcantes para elucidar paralelos do Brasil com as realidades atuais da Colômbia e do México, investigando de que maneira a presença da cultura e do acesso às armas atinge e modifica as vidas das suas populações.
Serviço:
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – 51ª edição
De 14 a 23 de setembro de 2018
Confira a programação completa no site: http://www.festivaldebrasilia.com.br/