Mesas de debates serão compostas por jornalistas, roteiristas, produtoras e cinegrafistas brasileiras de várias regiões
Seminário marca também lançamento do e-book “Relatos do terror: gênero, audiovisual e imaginários”
Celebrado em março, o mês da mulher destaca a luta por equidade de gênero em esferas sociais, políticas e econômicas da sociedade. Pensando nisso, jornalistas, roteiristas, produtoras e cinegrafistas brasileiras se unem para compor o Seminário “Relatos do terror: gênero, audiovisual e imaginários”, realizado a partir de 1 de março, em formato online, com objetivo trazer ao debate a equidade de gênero, os acessos e importância social destas pautas no cinema, em especial nas produções thriller. O Seminário Relatos do Terror é uma realização do coletivo Realize.Content, em parceria com o Instituto Soma Cidadania Criativa e o Cine Brasília. O acesso é gratuito.
A mesa de abertura com tema “Gênero e impacto social: poéticas e futuros possíveis” será a única realizada em formato híbrido, ocupando o foyer do Cine Brasília e transmitida online às 19h do dia 1º de março. A abertura do seminário marca também o lançamento do E-book homônimo, composto por artigos assinados pelas participantes do projeto. Os amantes da sétima arte que estiverem em Brasília poderão também prestigiar o longa-metragem “Fogaréu”, que será transmitido na sala do Cine Brasília às 21h. Dirigido por Flávia Neves, o filme foi um dos destaques da edição 2022 do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A diretora estará presente na exibição.
Distribuídas em cinco encontros virtuais, entre os dias 1 e 3 de março, às mesas trazem ao debate temas como protagonismo feminino no cinema, diversidade de corpos, inovação no audiovisual e a importância da ascensão dos temas políticos nas produções de thriller. A transmissão acontece no canal da Realize.Content no Youtube.
A diversidade que se provoca nos debates se reflete também na formação das mesas. A pluralidade de corpos, raças e origem das convidadas promete enriquecer as discussões acerca de temas tão caros nos dias atuais. Compostos 100% por mulheres e pessoas trans, os debates contarão com nomes como Vana Medeiros, Talita Arruda, Vânia Lima, Junno Senna, Laura Diniz, Janaina Oliveira, Catarina Accioly, Bethania Maia, entre vários outros.
O e-book “Relatos do terror: gênero, audiovisual e imaginários” contará com 16 artigos escritos pelas participantes do seminário, dialogando com os temas das mesas, mas trazendo novas perspectivas sobre os mesmos. O e-book estará disponível para download gratuito no site do coletivo Realize.Content a partir das 19h do dia 1º de março.
“Relatos do terror: gênero, audiovisual e imaginários” conta com fomento da Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal. Além das mesas, ainda serão oferecidas duas masterclasses nos dias 4 e 5 de março (mais informações em breve).
Programação
Quarta-feira – 1 de março
Horário: 19h às 20h30
Mesa de abertura: “Gênero e impacto social: poéticas e futuros possíveis”, lançamento do E-book “Relatos do terror: audiovisual, políticas e imaginários” e exibição do longa-metragem “Fogaréu”, com participação da diretora.
Onde: Foyer do Cine Brasília e no canal Realize Content no Youtube
Quinta-feira – 2 de março
Debate 1: “Inovação e sociedade: onde está o audiovisual?”
Horário: 15h às 16h30 (transmissão online)
Resumo: O debate 1 tem como centralidade a contribuição do audiovisual, e da arte como um todo, na visibilização e provocação criativa para o estímulo do debate sobre a iniquidade social, de gênero e racial, e para os desafios do cotidiano. A proposta é debater o caráter coletivo das inovações, relacionadas às demandas e mudanças sociais, que envolvem a cooperação, reciprocidade e solidariedade, entre diferentes atores. A pergunta central no debate é: como o audiovisual e as artes podem colaborar na reforma de padrões sociais e abrir espaços para comportamentos transformadores das intersecções sociais geradoras de vulnerabilidades e violências?
Participantes: Edileuza Penha de Souza – Distrito Federal – Professora e realizadora; Luiza Drable – Rio de Janeiro – Diretora de Vídeo do The Intercept Brasil; Talita Arruda – Rio de Janeiro – Distribuidora – Fistaile
Mediação: Dalva Santos – Distrito Federal – Especialista em Inovação Social e Cultura/Diretora do Instituto SOMA Cidadania Criativa
Debate 2: “O terror e os corpos – polêmicas na tela”
Horário: 16h30 às 18h (transmissão online)
Resumo: Existe um grande debate sobre o retrato das violências. Algumas vertentes afirmam que a sua reprodução instiga a sua perpetuação e normalização social. Outras vertentes advogam que elas fazem parte da realidade e precisam ser abordadas de maneira pedagógica de forma a instigar o público a exercer novas reflexões a respeito de suas causas e consequências. Nesse sentido, o debate “O terror e os corpos – polêmicas na tela” é extremamente importante na evolução de como a abordagem de agressões por meio da imagem poderia configurar uma ferramenta positiva no combate às violências contra a mulher.
Participantes: Bruna Carolli – Distrito Federal – Realizadora audiovisual; Bethania Maia – Distrito Federal – Diretora Executiva Criativa na Vaporosa Cultural e conselheira centro-oeste da APAN; Talita Carvalho – Distrito Federal – Jornalista e documentarista
Mediação: Catarina Accioly – Distrito Federal – Co-fundadora do Núcleo Criativo Realize Content e Fundadora da Stelios Produções
Sexta-feira – 3 de março
Debate 3: “A ascensão do thriller – do pop ao político”
Horário: 15h às 16h30 (transmissão online)
Resumo: A partir de 2010 o mercado audiovisual tem entregado produções de debate sobre temáticas sociais importantes dentro de um gênero em que historicamente não predominava esse recorte, o thriller. Atualmente se criaram novas subcategorias, como o thriller sociopolítico e terror social, retratados em filmes como Corra! (racismo), Bela Vingança (violência contra a mulher), Swallow (violência contra a mulher), Aquilo que ficou para trás (racismo e imigração), e Parasita (desigualdade de classe). Dentro desse contexto, propomos a reflexão “A ascensão do thriller – do pop ao político” visando instigar novas realizadoras e agentes do mercado em pensar em como instrumentalizar esse gênero em uma ferramenta de transformação social para um novo público-alvo.
Participantes: Vânia Lima – Salvador, BA, Diretora de conteúdo Têm Dendê Produções; Junno Senna – Petrópolis, RJ – Antropólogo e jornalista no Legião dos Heróis; Vana Medeiros – São Paulo – Roteirista e Dramaturga
Mediação: Laura Diniz – Distrito Federal – Diretora e roteirista do Realize.Content
Debate 4: “Protagonismo feminino – o futuro das curadorias e dos festivais”
Horário: 16h30 às 18h (transmissão online)
Resumo: “Protagonismo feminino – o futuro das curadorias e dos festivais”, é um debate necessário, na luta social pela equidade de gênero dentro das diferentes etapas das cadeias produtivas. Já é pacífica a grave desigualdade do acesso às mulheres nas funções consideradas cabeça de chave dentro do audiovisual, em especial atrás das lentes. Ainda que as mulheres tenham batalhado para figurar em posições como direção, roteiro e fotografia, ainda se esbarra em um segundo entrave, que é a circulação e visibilidade dos materiais produzidos por elas. No famoso Festival de Cannes, por exemplo, houve uma passeata de protesto em 2018, uma vez que apenas 82 mulheres cineastas que tiveram filmes em competição, em contrapartida alarmante aos 1.688 cineastas homens ao longo de suas 71 edições. Assim sendo, precisamos dialogar com os festivais na busca de parâmetros curatoriais que garantam uma diversidade de protagonistas, em especial mulheres e minorias sociais.
Participantes: Yawar Tupinambá – Pau Brasil/BA – Jornalista; Mariana Queen Nwabasili – São Paulo – Jornalista e pesquisadora; Janaina Oliveira ReFem – Duque de Caxias/RJ – Cineasta, pesquisadora e vice-presidenta da APAN
Mediação: Rafaella Rezende – Distrito Federal – Pesquisadora, produtora e curadora.
Serviço:
Relatos do Terror: gênero, audiovisual e imaginários Entre os De 01 a 05/03
Local: Cine Brasília e canal Youtube Realize (https://www.youtube.com/@realize.content)
Acesso gratuito sem necessidade de inscrição.
Mais informações: www.realizecontent.com.br e nas redes sociais do coletivo Realize.Content
O e-book estará disponível para download no site do coletivo Realize.Content a partir das 19h do dia 1º de março.