A importância dos prêmios literários é inquestionável – e incomensurável. Os prêmios fazem muito pela carreira dos vencedores, podem significar a porta de entrada para autores desconhecidos ou a consagração para quem já está na estrada há mais tempo. No próximo dia 21 de setembro, Brasília vai conhecer os premiados do PRÊMIO CANDANGO DE LITERATURA que, em sua primeira edição, já se afirma como um dos mais relevantes do Brasil. A solenidade acontece no Teatro Plínio Marcos do Eixo Cultural Ibero-americano, a partir das 19h30, e contará com o show “Rizoma”, do cantor e compositor Lenine acompanhado de seu filho, o músico e produtor musical Bruno Giorgi, e com o espetáculo cênico-musical “Floripes”, que reúne a atriz Adriana Nunes e o mestre violonista Manassés de Sousa.

Na solenidade, estarão presentes o Secretário de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, o curador do prêmio, o célebre escritor Ignácio de Loyola Brandão, integrantes do Instituto Cultural Casa de Autores, como o presidente da entidade, Maurício Melo Jr, e vários outros autores. A cerimônia será reservada para convidados, com transmissão ao vivo pelo perfil do prêmio no Instagram, mas parte dos ingressos será disponibilizada ao público (informações nas redes sociais do prêmio).

Instituído pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, com gestão do Instituto Cultural Casa de Autores, o I PRÊMIO CANDANGO DE LITERATURA atraiu inscrições de autores de seis países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique e Portugal. Foram 2 mil inscritos (sendo mais da metade do gênero feminino, com 1020 inscrições), dos quais 1.465 se habilitaram a concorrer a R$ 180 mil em prêmios.

O número de inscrições surpreendeu até mesmo o curador, o grande escritor Ignácio de Loyola Brandão, um veterano em concursos literários. “Eu me espantei, depois foi uma sensação de júbilo. Olhem que já participei de concursos neste Brasil! De todo tipo e gênero”, declara. E celebra: “Esse número significa que a produção não para, que as pessoas que escrevem, ansiosas mais do que nunca, buscam expandir a indignação, a revolta, a alegria, a necessidade de se comunicar por meio da escrita. Não fosse uma loucura, gostaria de ler tudo. Deve ter coisas surpreendentes”.

Para o Secretário Bartolomeu Rodrigues, “o Candango de Literatura é hoje o mais importante prêmio literário do País”. Ele afirma: “Em sua primeira edição, superou todas as expectativas pela quantidade e qualidade de participantes do Brasil e demais países de língua portuguesa. Podemos prever, sem margem de erro, que o Prêmio Candango de Literatura é uma política pública que veio para ficar no calendário literário internacional”.

Ignácio de Loyola Brandão apresenta, inclusive, uma ideia para o fortalecimento do Prêmio Candango de Literatura no exterior. Para o curador, o Candango deveria estabelecer uma conexão com o encontro anual Correntes d’Escritas, realizado em Póvoa do Varzim, Portugal: “Correntes d’Escritas reúne cerca de cento e cinquenta escritores lusófonos a debater e discutir. Acho que um elo entre o Candango e as Correntes aumentaria o alcance e o poder de manifestação. O Candango é uma resposta à repressão à cultura. Significa liberdade. É um grito de liberdade”, diz o autor, membro da Academia Brasileira de Letras.

Segundo o escritor Maurício Melo Jr, o Prêmio ganhou uma dimensão muito grande e meritória para uma primeira edição. “Tivemos inscrições de vários países de língua portuguesa e de autores importantíssimos, o que dá credibilidade ao prêmio. O apoio dessa comunidade, por si só, dá relevância ao prêmio”, afirma, salientando a importância de um prêmio que privilegia a língua portuguesa. “É a ferramenta do nosso trabalho”.

O I PRÊMIO CANDANGO DE LITERATURA contempla as categorias de Melhor Romance, Melhor Livro de Poesia, Melhor Livro de Contos, Melhor Livro de Autor Residente no Distrito Federal (Prêmio Brasília), Melhor Capa e Melhor Projeto Gráfico, além de dois projetos de incentivo à leitura, um para o público em geral e outro para pessoas com deficiência.

Os vencedores nas categorias Romance, Poesia, Contos e Prêmio Brasília recebem, cada um, R$ 30 mil. Já as categorias Capa e Projeto Gráfico ficam com prêmios no valor de R$ 12 mil, e os prêmios de incentivo à leitura ganham R$ 15 mil cada.

A solenidade de premiação será apresentada pelos atores Adriana Nunes e Adriano Siri, integrantes da célebre Cia de Comédia Os Melhores do Mundo.

SHOW LENINE

De acordo com os filósofos pós-modernos Gilles Deleuze e Felix Guattari, “rizoma” é a possibilidade de abertura do pensamento, o que remete à expansão das raízes de uma planta. Não à toa, Lenine e Bruno Giorgi (filho do cantor e compositor pernambucano e elogiado engenheiro de som) tomaram o conceito como inspiração para batizar o show em que estão juntos no palco.

A ideia que deu início ao show Rizoma vem de um período pré-pandêmico, quando Lenine e Bruno Giorgi começaram a experimentar outra maneira de reproduzir as canções. “‘Rizoma‘ surgiu de todos os incômodos e sentimentos causados pela pandemia. Foi o estímulo necessário para que eu pudesse retomar o prazer de tocar e Bruno foi essencial nesse processo”, comenta Lenine.

Capturando elementos das gravações originais, os dois transportam para o palco o ambiente sonoro de cada faixa, de cada projeto. No palco, Lenine assume o microfone e o violão, enquanto Bruno se reveza entre baixo, bandolim, teclados, voz e sampler.

O público pode esperar por um apanhado musical da história do artista pernambucano. Estão confirmadas composições como “Castanho” (Lenine e Carlos Posada), “Martelo Bigorna” (Lenine), “Leve e Suave” (Lenine), “O dia em que faremos contato” (Lenine e Braulio Tavares), “Tubi Tupy” (Lenine e Carlos Rennó), “Jack Soul Brasileiro” (Lenine), “Paciência” (Lenine e Dudu Falcão), dentre outras.

ESPETÁCULO FLORIPES

O romance “O Voo da Guará Vermelha”, da premiada escritora Maria Valéria Resende, inspira o novo trabalho da Cia Armorial na série Conte Lá que eu Canto Cá, dedicada a oferecer um novo olhar sobre o sertão. Floripes leva para o palco a história do pedreiro Rosálio e da prostituta Irene, que descobrem as sutilezas da cumplicidade e do amor pelos livros. Em cena, a atriz Adriana Nunes (uma das fundadoras e integrante da Cia de Comédia Os Melhores do Mundo) e o multi-instrumentista e compositor cearense Manassés de Sousa.

A série Conte Lá que eu Canto Cá se propõe a reconectar os corações do público ao sentimento caipira, à pureza das conversas levadas nos quintais das casas do interior do Brasil, com toadas, contos e causos. A Cia Armorial já se apresentou na França, Portugal, Holanda, Estados Unidos, África do Sul, Moçambique e Brasil, em formatos diversos como shows em teatros, bailes, saraus e palestras-shows em universidades, como Harvard, MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), UMBoston e IFB Brasília.

No formato criado para o espetáculo Floripes, a companhia criada pelo músico Marcello Linhos contará com a participação especial do grande Manassés de Sousa, no violão, e a interpretação da atriz Adriana Nunes. Cearense radicado em Brasília, Manassés é um dos maiores violonistas brasileiros, viveu na França e já tocou com nomes como Naná Vasconcelos, Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Elba Ramalho e Paco de Lucia.

Adriana Nunes atua no teatro e na televisão. Junto com os colegas da Cia Os Melhores do Mundo protagoniza o longa Hermanoteu – O Filme, com produção da Warner Bross. Mantém um canal feminino de humor no YouTube, o Canal Cutículas, e participa do Movimento das Mulheres no Humor, o Mamacitas, que reúne 130 mulheres comediantes do país.

Serviço:

Cerimônia do I Prêmio Candango de Literatura

Local: Teatro Plínio Marcos do Eixo Cultural Ibero-americano

Data: 21 de setembro de 2022

Horário: 19h30

Transmissão ao vivo pelo perfil do prêmio no Instragram – @premiocandangodeliteratura