Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim este ano o filme entra em cartaz em mais de 150 cinemas em todo o Brasil. 

Tereza interpretada por Denise Weinberg é uma mulher de 77 anos que recebe do governo o ultimato para se aposentar e será deslocada para uma colônia habitacional específica para idosos. Tem sua vida rastreada pelos órgãos públicos que tentam a todo custo mantê-la sob controle.

O etarismo explicitado em uma Amazônia distópica. 

Tereza tem um sonho e vai em busca dele em uma viagem poética e de autoconhecimento pelo rios e afluentes da região. 

Seus olhos no início assustados observam tudo, absorvem tudo em cada passo e pessoas que atravessam seu caminho.  Como Cadu (Rodrigo Santoro), um arrais-amador que passa seus dias nas águas do Amazonas; e Roberta (Miriam Socarras), fonte de inspiração para sua grande aventura. 

Tereza descobre em sua jornada ao desconhecido a força que possui, seus anseios e vontades. 

Envelhecer é natural e inerente ao ser humano, não deve ser tratado como tabu. Em uma sociedade contaminada por padrões estéticos e retardamento desse processo, ser velho, ancião, idoso, não deve ser motivo para descaso, exclusão e abandono. Envelhecer na sociedade atual é o caminho da morte.

O filme toca em pontos cruciais do ser humano como um todo. Essa viagem terrena que deve ser aproveitada em sua plenitude, os caminhos a percorrer, a autonomia das escolhas e novas descobertas.

O último Azul é definitivamente um filme acolhedor e sobretudo de uma humanidade notória e sensível que merece atenção.