Bicho de Sete Cabeças

Bicho de Sete Cabeças

O Cineclube Brasil na Tela estreou em 10 de setembro e segue até 26 de novembro com uma programação de longas-metragens nacionais produzidos nas décadas de 1980, 1990 e 2000. As exibições – em digital – são semanais, às quartas-feiras, sempre às 12h30 e às 19h30.

O responsável pela curadoria de Brasil na Tela é o cineasta baiano radicado em Brasília André Luiz Oliveira – laureado recentemente com diversos prêmios no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, pelo filme Zirig Dum Brasília – A arte e o sonho de Renato Matos.

André Luiz explica que os filmes do cineclube estão sendo apresentados por décadas, para que o expectador possa acompanhar a evolução do cinema brasileiro. “Aprendemos ao longo do tempo a olhar nosso cinema com desconfiança – isso se deve a vários motivos, mas, sobretudo, à desinformação. Queremos contribuir para a redução da enorme distorção que há entre o que alguns acham que é o cinema brasileiro e o que ele realmente é. O cineclube é uma tentativa humilde na forma, porém muito ambiciosa no conteúdo. A ideia é dar oportunidades às pessoas de se olharem na tela e conferirem se gostam ou não do que vêm”, afirma o diretor.

A programação de outubro conta com Simples mortais (2007), de Mauro Giuntini, em 01/10; O ano em que meus pais saíram de férias (2006), de Cao Hamburger, em 08/10; Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bodanzky, em 15/10; Ação entre amigos (1998), de Beto Brant, 22/10; e Boleiros: Era uma vez o futebol (1998), de Ugo Giorgetti, em 29/10.

O Cineclube Brasil na Tela reunirá um total de 12 filmes. Além dos já citados, serão exibidos, em novembro, Como nascem os anjos (1996), Loucos por cinema (1995), A Dama do Cine Shanghai (1987) e Sargento Getúlio (1983).

CINECLUBE BRASIL NA TELA

Às quartas-feiras, às 12h30 e às 19h30, no Museu Correios (SCS quadra 4, bloco A, 256, Ed. Apolo). Acesso livre. Informações: (61) 3206-9448. www.cineclubebrasilnatela.com

SERVIÇO

Cineclube Brasil na Tela

Local: Museu Correios

Endereço: SCS quadra 4, bloco A, 256, Ed. Apolo, Asa Sul, Brasília – DF, 70304-915

Estreia: 10 de setembro de 2014

Programação: todas as quartas-feiras, até 26 de novembro

Horário: às 12h30 e às 19h

Informações: (61) 3206-9448

Entrada: franca

Classificação: 16 anos

Acesso para pessoas com necessidades especiais

SINOPSES DOS FILMES DE OUTUBRO

Simples mortais (2007)

Direção: Mauro Giuntini

Sinopse: Brasília. Jonas (Leonardo Medeiros) está insatisfeito no casamento e resiste às tentações da carne. A maior delas vem de uma aluna, Yara (Tatiana Muniz), que se insinua ao professor no intuito de passar na matéria que ele leciona. Paralelamente há Amadeu (Chico Sant’anna), um funcionário público que trabalha também como músico. Ele mora com o filho, Carlos Eduardo (Eduardo Moraes), com quem tem um relacionamento instável. Já Diana (Narciza Leão) é a apresentadora de um telejornal local que se submete a um tratamento de hormônios, com o objetivo de engravidar. Amadeu é um funcionário público que toca teclado em churrascarias e bares para complementar a renda. Viúvo precoce, ele criou o filho Kdu sozinho. Há muito tempo, Amadeu desistiu da carreira artística e investiu na criação de Kdu que, agora, batalha para ser músico de sucesso. O pai quer que o filho ponha os pés no chão, o filho quer trazer o pai de volta ao sonho. Ambos são vítimas e algozes de um jogo de projeções que eles mesmos criaram e do qual só conseguem se livrar unidos. Kdu deixa a banda em que tocava e é surpreendido com o sucesso meteórico do seu ex-grupo. Jonas é um escritor que apesar de ter publicado alguns contos premiados não consegue terminar um romance. Ele sublima a não realização de suas pretensas vocações artísticas dando aulas de literatura em uma universidade. Em casa, ele sustenta um casamento protocolar com Kátia, uma mulher pragmática que, diante da baixa participação do marido, carrega o lar nas costas. A monotonia da rotina leva-o a buscar aventuras libidinosas, ainda que no plano da fantasia, relativamente segura e anônima, de sites e revistas pornográficas. Mergulhado numa crise criativa, encontra inspiração na aluna Yara. A jovem apaixonada por poesia faz com que Jonas acredite no poder das musas, passa a desejá-la e acaba lançado no mar agitado da consumação sexual. Diana é uma bem-sucedida apresentadora de TV que sempre colocou a realização profissional em primeiro plano. Ela já passou dos 40 e seu relógio biológico está com o alarme disparado. Como sua fertilidade está muito baixa, ela faz tratamento e tenta desesperadamente engravidar de seu jovem companheiro, o ator de teatro Gabriel. Ele está num momento bem diferente da vida, quer galgar sua carreira por méritos próprios e não à sombra do prestígio da mulher. Em meio às injeções de hormônios e coitos programados, o casal, apesar de se gostar muito, se afasta a cada novo passo a diante.

O ano em que meus pais saíram de férias (2006)

Direção: Cao Hamburger

Sinopse: 1970. Mauro (Michel Joelsas) é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia, sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir da perseguição política, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta problemas, o que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é vizinho do avô de Mauro.

Bicho de sete cabeças (2001)

Direção: Laís Bodanzky

Sinopse: Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas.

Ação entre amigos (1998)

Direção: Beto Brant

Sinopse: Lutando contra o regime militar brasileiro, os amigos Miguel, Paulo, Elói e Osvaldo são presos pelas forças de repressão da ditadura em 1971 e torturados durante meses por Correia, responsável pela morte de Lúcia, namorada de Miguel. Vinte e cinco anos depois, os quatro amigos se reúnem ao tomar conhecimento de que o torturador – ao contrário do que diz a versão oficial – está vivo. Decidem então seqüestrá-lo – e matá-lo. Todavia, ao ser capturado, Correia faz uma revelação surpreendente que muda toda a história.

Boleiros: era uma vez o futebol (1998)

Direção: Ugo Giorgetti

Sinopse: Num típico bar paulistano onde fotos de jogadores estão espalhadas pelas paredes, um grupo de homens tem algo em comum: todos são boleiros, profissionais ou ex-profissionais do futebol. Eles costumam reunir-se ali para relembrar fatos e tecer comentários sobre jogos, atletas, times e juízes. (…) Os ex-jogadores Naldinho e Otávio costumam encontrar-se todas as tardes com outros ex-atletas do esporte: Ari, Tito, Juiz e Mamamá. Reunidos à mesa, eles alinhavam aqui e ali uma observação que os remete a algum caso curioso e inesquecível de que tiveram notícia. É assim, por exemplo, que se fala das peripécias de um juiz corrupto, empenhado em fazer um time ganhar; do jogador Paulinho Majestade, que anuncia a venda de troféus e medalhas porque está na miséria; do craque mirim que se envolve com marginais; de Azul, autor do mais belo gol dos últimos tempos, alçado à condição de herói por uma noite; do atleta contundido, que apela ao pai-de-santo para se curar; e do jogador metido a garanhão, que tenta burlar a vigilância na concentração para conquistar uma sedutora hóspede do hotel em que está o seu time. Ancorado numa nostalgia debochada, o filme é povoado por personagens comuns, com episódios que algum dia já ouvimos a respeito de alguém. Nos convencendo de que todas as pessoas realmente têm uma história que vale a pena conhecer, só precisam aprender a contá-la.