Quando Miu Miu me propôs fazer um filme para Contos de Mulheres durante o confinamento, em meio a uma crise social e de saúde, achei que era um exercício muito delicado, mas também um desafio que me confrontou com questões essenciais sobre minha prática cineasta. 


Que história posso contar agora, com meios mínimos, sozinha no meu estúdio, que ressoe com o que o mundo está passando enquanto é íntimo? Na verdade, eu já havia começado um home-movie, filmando meus vizinhos confinados à noite, em longa distância focal, da janela do 24º andar de uma torre sediada no 13º distrito de Paris.
Depois de quase um ano promovendo meu longa-metragem Atlantics pelo mundo, pude enfim ser sedentária e voltar livremente à essência da 
minha relação com o cinema, onde tudo começou: o ato de filmar. Mas a origem do filme que eu estava concebendo baseava-se principalmente na descoberta de gravações de áudio que fiz de minha avó, Maji, que eu estava ouvindo pela primeira vez.

Nossas conversas foram gravadas durante os três últimos anos antes de ela falecer. Aconteceram na salinha de seu apartamento, no bairro burguês do 17º arrondissement, onde morou sozinha e confinada por mais de 20 anos.

Da mesma forma que houve apenas um momento tão especial quanto um lockdown para explorar esse material íntimo, IN MY ROOM é o único filme que se impôs a mim naquela época, que realmente valeu a pena ser feito, compartilhado. ”
Mati Diop.

Junto com ‘IN MY ROOM’, a MUBI apresentará a coleção completa de Contos de Mulheres https://mubi.com/library a partir de 7 de setembro de 2020.

Abrangendo o trabalho de Agnés Varda, Chloë Sevigny, Haifaa Al-Mansour, Ava DuVerna y e Lynne Ramsay, a série apresenta curtas-metragens exclusivos, encomendado por Miu Miu e dirigido pelas cineastas mais distintas da atualidade, que inventam mundos lindos e estranhos habitados pela imaginação idiossincrática das mulheres.

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