In-Edit Festival Internacional do Documentário Musical acontece de 14 a 25 de junho, em São Paulo, nas salas CineSesc, Cinemateca Brasileira, Spcine Olido, Spcine Paulo Emílio (CCSP), entre outras, tendo ainda parte da programação exibida de forma online para todo Brasil.

Nesses 15 anos, o In-Edit Brasil levou para as telas do cinema, e para o streaming, filmes dos mais diversos universos musicais, de todos os cantos do Brasil e do Mundo, além de homenagear grandes nomes do documentário musical e do cinema mundial como Albert Maysles, Dick Fontaine, D.A. Pennebaker, Murray Lerner, Carlos Saura, Andrucha Waddington, entre outros, tornando-se a principal vitrine para os documentários musicais no país.

Em 2023, o festival apresenta 68 títulosnacionais e internacionais, inéditos em circuito comercial de cinema ou streaming, com personalidades como Tom Jobim, Elis Regina, Syd Barrett e a banda Pink Floyd, Chiquinha Gonzaga, Marc Bolan e a banda T.Rex, Lupicínio Rodrigues, o rapper XXXTENTACION, Max Roach, a cantora cubana Omara Portuondo, a história do álbum “Thriller” de Michael Jackson, Los Mirlos e a cumbia amazônica, Karlheinz Stockhausen, Letrux, David Johansen, vocalista da banda New York Dolls, dirigido por Martin Scorsese, e muito mais!

O convidado desta edição é o cineasta e produtor canadense Ron Mann, que vem ao Brasil para apresentar seus filmes, entre eles, o Imagine the Sound (1981), considerado por diversos críticos como um dos mais importantes filmes sobre jazz já feitos, que reúne em entrevistas e apresentações os principais inovadores do free jazz dos anos 60 como Paul Bley, Cecil Taylor, Archie Shepp e Bill Dixon. 

Para comemorar seus 15 anos, o festival traz ainda duas mostras especiais. A Mostra Teen, com títulos que remetem à adolescência de várias gerações, como Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, Twist, Prisioneiro do Rock’ n’ Roll(com Elvis Presley), Alvorada Da Alegria (com Frank Sinatra), entre outros. E a Mostra Flashback, com títulos raros, cultuados pela curadoria do festival, mas nunca exibidos no evento – porque anteriores à primeira edição do In-Edit Brasil.

Completam a programação as tradicionais atividades paralelas, com festa, DJs, pocket-shows exclusivos, debates, sessões comentadas e Feira de Vinil, envolvendo artistas como Fausto Fawcett, Letrux, Orquestra de Frevo Capibaribe, entre outros.

“Nesta edição de 15 anos, temos uma programação extensa e rica em detalhes. Tanto o Panorama Brasileiro quanto o Panorama Mundial oferecem títulos incríveis, muitos dos quais não entrarão em circuito comercial tão cedo (se é que algum dia entrarão). Então, o In-Edit passa a ser uma grande oportunidade para quem realmente gosta de ver os melhores documentários sobre música na tela grande, em alto e bom som!”, diz Marcelo Aliche, diretor artístico do festival.

Confira abaixo os filmes confirmados para o In-Edit Brasil 2023.

_  SESSÃO DE ABERTURA

A Sessão de Abertura acontece no dia 14 de junho, às 20h30, no CineSesc, para convidados e público, com a pré-estreia mundial do documentário “Chic Show”de Emílio Domingos e Felipe Giuntini e produção da Globoplay, com a história de um dos mais importantes bailes da cidade de São Paulo, nas décadas de 70 e 80, idealizado por Luiz Alberto dos Santos, o Luizão. O Chic Show foi uma experiência social, cultural e política que recebeu nomes como Tim Maia, Sandra de Sá, Gilberto Gil, Djavan e artistas internacionais como Kurtis Blow, Betty Wright e James Brown.

Sessão gratuita, com retirada de ingresso a partir das 19h, no CineSesc.

PANORAMA BRASILEIRO

O Panorama Brasileiro inclui as seções Competição NacionalMostra Brasil, Brasil.Doc, Curta um Som e Sessões Especiais. Em 2023, o Panorama Brasileirotraz um total de 35 títulos de diversos universos musicais e artistas como Elis Regina, Tom Jobim, Miúcha,  Dolores Duran,  Fausto Fawcett, Lupicínio Rodrigues, Chiquinha Gonzaga, Lucinha Turnbull, Heitor Villa Lobos e muito mais.COMPETIÇÃO NACIONAL

O In-Edit Brasil apresenta 8 títulos inéditos no circuito comercial, sendo 3 deles em pré-estreias nacionais e mundiais. O vencedor entra no circuito In-Edit de festivais e será exibido na edição de 2023 do In-EditBarcelona, na Espanha, com a presença de seu diretor ou diretora. São eles:

O longa Elis & Tom, só tinha de ser com você, de Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay, retrata duas grandes estrelas da música brasileira que se reúnem em Los Angeles para gravar o álbum que se tornou um clássico. Pré estreia mundial, o filme Famoudou Konaté – The King of Djembe, de André Piruka e Billy Konate, apresenta o percussionista guineense Famoudou Konaté, que se juntou ao recém-criado Ballet Africano nos anos 60 e realizou extensas turnês pelo mundo, sendo aclamado o Rei do Djembe.

O longa Fausto Fawcett na Cabeça, de Victor Lopez, mostra o cotidiano do poeta e cantor Fausto Fawcett, responsável por um dos maiores sucessos dos anos 1980, a música “Kátia Flávia: a godiva do Irajá”. Frevo Michiles, de Helder Lopes, faz sua pré-estreia mundial no festival, trazendo a trajetória de Jota Michiles, compositor de frevos antológicos, sendo reverenciado por grandes artistas pernambucanos, como Getúlio Cavalcanti, Maestro Edson Rodrigues e Alceu Valença. 

Inédito em São Paulo, o filme Miúcha, a voz da bossa nova, de Daniel Zarvos e Liliane Mutti, concentra no período em que a cantora foi casada com João Gilberto, revelando o cotidiano, os desafios artísticos e pessoais e a luta para conquistar o merecido reconhecimento. Peixe Abissal, do diretor Rafael Saar (vencedor do In-Edit Brasil 2015, com “Yorimatã”), traz o universo poético do escritor e compositor Luís Capucho. O filme “Terruá Pará”, inédito em São Paulo, da diretora Jorane Castro, nos conduz a um profundo mergulho na diversidade da música amazônica. Em pré-estreia mundial, o longa Villa Lobos em Paris, de Alexandre Guerra e Marcelo Machado, percorre os lugares por onde o músico passou na capital francesa, após receber vaias na Semana de Arte Moderna de 1922, investigando as causas e efeitos desses encontros e da cidade em seu trabalho.

MOSTRA BRASIL

Na Mostra Brasil, o festival apresenta o melhor da nova safra de documentários musicais, como De Você Fiz Meu Samba, deIsabel Nascimento Silva, que traz histórias de amor e saudade a partir dos depoimentos de cinco viúvas de grandes sambistas cariocas; Dolores Duran – O Coração da Noite, de Juliana Baraúna e Igor Miguel, que faz sua pré-estreia mundial no festival, traz a história de uma das maiores cantoras do Brasil; o longa Lupicínio Rodrigues – Confissões de um Sofredor, de Alfredo Manevy, mostra a vida do cantor gaúcho Lupicínio Rodrigues, que compôs canções que utilizavam o sofrimento, as traições e os desenganos amorosos; Môa – Raiz Afro Mãe, de Gustavo McNair, inédito em São Paulo, retrata a vida de um dos artífices da revolução ocorrida no carnaval baiano, o  mestre Môa do Katendê; e Reggae Resistência, de Cecilia Amado e Pablo Oliveira, documentário inédito em São Paulo, traz depoimentos de nomes importantes da cena do Reggae baiano, como Edson Gomes e Nengo Vieira,

Também estreiam mundialmente no festival os longas Mostra Reverbo, de Mário de Almeida, sobre um projeto coletivo com apresentações que acontecem com um único violão que passa de mão em mão; a Ópera Cabaré Casa Barbosa, de Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques, com gravações raras de shows históricos de artistas como Clementina de Jesus e Adoniran Barbosa, realizados no Òpera Cabaré, casa de espetáculos que existiu no boêmio bairro do Bixiga, em São Paulo, entre os anos 70 e 80;  e Tangos e Tragédias Para Sempre, de Aloísio Rocha,  sobre os artistas Kraunus Sang e o Maestro Pletskaya.

_ BRASIL.DOC

A seção Brasil.Doc apresenta um total de 6 títulos, sendo  5 deles em pré-estreias mundiais. São eles: As Origens da Lambada, de Sonia Ferro e Félix Robatto, que nos guia pelos insinuantes caminhos da Lambada – ritmo surgido no Pará nos anos 1970; Chiquinha Gonzaga – Música Substantivo Feminino, de Juliana Baraúna e Igor Miguel, sobre a grande artista que ousou desafiar os padrões machistas de seu tempo; Louis Moreau Gottschalk, Popstar no séc XIX ou Somente um Pianista, de Rubens Crispim (“Segue o Baile – Bixiga 70”) e Heloisa Faria, sobre a trajetória do pianista Louis Gottschalk; O Sucesso e O Abstrato, de Virginia Simone e Matheus Walter, que traz uma das figuras marcantes da cena gaúcha entre os anos 1960 e 2000, Flávio Chaminé, que foi integrante de bandas importantes como a de Hermes Aquino e Musical Saracura; e  documentário Otávio III – O Imperador, de Cavi Borges, que conta a história de Otávio Terceiro, por muitos anos empresário de João Gilberto, que conviveu com grandes nomes da música e do cinema brasileiros como Pixinguinha e Dorival Caymmi e também foi responsável por levar Roberto Carlos, um jovem cantor, para se apresentar pela primeira vez na televisão.

Inédito em São Paulo, o filme Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia, de José Carlos Arandiba “Zebrinha”, é construído a partir das vivências e saberes das mestras e mestres pioneiros e protagonistas da dança negra na Bahia.

_ CURTA UM SOM

A seção Curta um Som traz um cardápio com 9 títulos e os mais inusitados personagens, que estreiam nas telas de cinema. São eles:  Abreu-Prazeres, de Bruno Vouzella e Manoel Magalhães, que registra uma visita do maestro Felipe Prazeres ao ateliê de Sérgio Abreu; Agudás, de Luiza Fernandes e Renata Amaral, um filme-ensaio sobre Getúlio Marinho; Arruma Um Pessoal Pra Gente Botar Uma Macumba Num Disco , de Chico Serra;   Êra Punk , de Flávio Galvão, uma crônica urbana de mais um país exposto à escalada da extrema direita; Lucinha Turnbull, de Luiz Thunderbird e Zé Mazzei, sobre Lucia Turnbull, considerada a primeira mulher a tocar guitarra no Brasil, relembrando sua carreira, com participações fundamentais em alguns dos principais trabalhos de Rita Lee e Gilberto Gil;  Luzes nos Submersos Mundos, de Fabio Canale,  sobre uma atriz  que parte em busca das memórias de Zé Kleber, agitador cultural de Paraty; Mby’á Nhendu: O Som do Espírito Guarani, de Gerson Gomes Karai, com reflexões sobre religiosidade, política, meio ambiente; Sua Majestade, o Passinho, de Mannu Costa e Carol Correia, que traz o ritmo do “passinho dos maloka”, onde jovens periféricos estão transformando a cena artística da cidade do Recife (PE); e Volta ao Mundo, Kamará, de Eduardo Tosta e Karol Azevedo, onde os jovens músicos da NEOJIBA, já retratados em “Neojiba – Música que Transforma” (IN-EDIT BRASIL 2020), que retornam à Europa para apresentar a primeira obra erudita após a pandemia.

SESSÕES ESPECIAIS

Letrux: Viver é um Frenesi, de Márcio Debellian, que acompanha a cantora Letrux, que mudou-se para São Pedro da Aldeia, uma pequena cidade litorânea quando ficou impossibilitada de trabalhar e pagar aluguel no Rio de Janeiro durante a pandemia. Em meio ao refúgio idílico de uma cidade bela e vazia, o filme percorre caminhos de descobertas a partir do resgate de diários da adolescência.

Sessão na Cinemateca Brasileira, com Letrux e o diretor Marcio Debellian.

**Depois da sessão, Letrux lerá algumas poesias, em tarde autógrafos.

Produzida por Kondzilla e MyMamm, a série The Beat Diaspora, criada por Coy Freitas, procura entender como as batidas do tambor nascidas na África se espalharam através da diáspora, e se modernizaram tecnologicamente e vivem em constante retroalimentação entre diferentes comunidades afro-diaspóricas.

Sessão no CineSesc, com Coy Freitas, Joyce Prado e Mayra Auad e equipe de realização.

Pré-Estreia mundial e filme de abertura do 15º In-Edit Brasil, o documentário Chic Show, de Emílio Domingos e Felipe Giuntini, resgata um dos mais importantes bailes da cidade de São Paulo, o Chic Show, idealizado por Luiz Alberto dos Santos, o Luizão, que foi uma experiência social, cultural e política que recebeu nomes como Tim Maia, Sandra de Sá, Gilberto Gil, Djavan, Bebeto, Carlos Dafé além de artistas internacionais como Kurtis Blow, Betty Wright e o inigualável James Brown.

Sessão de abertura no CineSesc, com os diretores e elenco do filme.

Homenagem a Rita Lee, o filme Ovelha Negra(2007), de Roberto de Oliveira, será exibido na Cinemateca Brasileira, encerrando o festival. 

PANORAMA MUNDIAL

No Panorama Mundial, o In-Edit Brasil traz uma fina seleção com 22 títulos inéditos no circuito comercial, além de estreias nacionais de importantes nomes da música e do cinema, como Martin Scorsese, com o documentário sobre David Johansen; Syd Barrett e Pink Floyd, num documentário inédito que reuniu os quatro membros da banda, Roger Waters, David Gilmour,  Nick Mason e Richard WrightMarc Bolan e a banda T.Rex; o fenômeno XXXTENTACION, e muito mais.

Os longas Personality Crisis: One Night Only, documentário assinado por Martin Scorsese e David Tedeschi, que retrata David Johansen, vocalista da icônica banda The New York Dolls; Angelheaded Hipster: The Songs of Marc Bolan & T. Rex, de Ethan Silverman, faz um tributo a um dos maiores ícones do rock mundial, Marc Bolan e a banda T-Rex, que revolucionou o Rock mundial; Have You Got It Yet? The Story of Syd Barrett and Pink Floyd, de Roddy Bogawa e Storm Thorgerson, sobre o cofundador do Pink Floyd, Syd Barrett, que reúne depoimentos inéditos dos quatro membros da banda, Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright; e Alter, de Joaquín González Vaillant, um psicólogo, cantor e compositor frustrado, que faz imitações do astro mexicano do rock latino Luis Miguel.

Considerado um dos maiores gênios musicais do século XX, Karlheinz Stockhausen (1928 – 2007) nos deixou sem encenar sua última obra, “Licht”, uma ópera complexa e magnânima cuja duração, ao ser executada, é de uma semana. No filme Licht: Stockhausen’s Legacy, de Oeke Hoogendijk, inédito no Brasil, as duas esposas de Stockhausen, com ajuda do governo Holandês, assumem o desafio de montá-la.  Em CAN and Me, de Michael P. Aust. Através, inédito no Brasil, o tecladista Irmin Schmidt, fundador do CAN, um dos grupos criadores do movimento krautrock surgido na Alemanha no final dos anos 1960 – hoje com mais de 80 anos – conta como se reinventou inúmeras vezes e aborda temas como sua relação com Stockhausen e Ligeti, o uso de drogas, o minimalismo de Nova York, o passado nazista de seu pai e sua paixão pelo cinema e pela música eletrônica.

O diretor canadense Ron Mann, presta uma homenagem a Rick Kell, luthier que fez guitarras com madeira de prédios demolidos em NY para Lou Reed, Patti Smith, Bob Dylan em Carmine Street Guitars, e assina a produção de Fire Music, documentário dirigido por Tom Surgal, sobre os pioneiros do movimento free-jazz nas décadas de 1960 e 1970,  como Ornette Coleman, Cecil Taylor, Sun Ra, Albert Ayler e John Coltrane, a partir de um arquivo riquíssimo. 

God Said Give ‘Em Drum Machines, de Kristian R. Hill, é um documentário musical vibrante, que explora os primórdios do techno com jovens músicos negros da cidade de Detroit; La danza de Los Mirlos, de Álvaro Luque, traz  a trajetória do grupo de cumbia amazônica Los Mirlos, que se tornou uma referência para milhões de pessoas no mundo inteiro; o documentário Look At Me: XXXTENTACION, de Sabaah Folayan, retrata um dos maiores fenômenos dos últimos tempos, o cantor, compositor, letrista e influenciador digital XXXTENTACION;  já Louder Than You Think, de Jed I. Rosenberg, retrata o ícone no universo do indie rock, Gary Young, baterista original da banda Pavement.

Dos aclamados cineastas dinamarqueses Jørgen Leth e Andreas Koefoed, Music for Black Pigeons acompanha o compositor e guitarrista Jakob Bro por 14 anos, testemunhando os seus encontros musicais no mundo do jazz, em gravações, ensaios e processos criativos com figuras como Lee Konitz, Thomas Morgan, Paul Motian, Bill Frisell, Mark Turner, Joe Lovano. A vida e a obra do músico e ativista, e um dos mais importantes bateristas de jazz de todos os tempos, Max Roach, é retratada em Max Roach: The Drum Also Waltzes, de Samuel Pollard e Ben Shapiro.  Fundado em 1965, em Nova York, o restaurante Max’s Kansas City, frequentado por personalidades como Andy Warhol e George Harrison, ponto de encontro de intelectuais e depois berço do movimento punk, junto com o CBGB ‘s, é tema de Nightclubbing: The Birth of Punk Rock in NYC, do diretor Danny García. 

A surpreendente história da gravação de “Thriller”, de Michael Jackson, um álbum que mudou não só a história da música pop, mas criou um novo padrão de produção na indústria musical, é contada por Bruce Swedien, técnico de som e braço direito de Quincy Jones, no documentário Sonic Fantasy, de Marcos Cabotá. Em Sirens, a diretora Rita Bagdadi acompanha a primeira banda de heavy metal feminina do Oriente Médio, Slave to Sirens, formada por Lilas, Shery, Maya, Alma e Tatyana.  O filme The Computer Accent, de Riel Roch Decter e Sebastián Pardo, mostra a banda norte-americana YACHT, que decidiu usar a inteligência artificial para fazer seu novo disco “Chain Tripping”, de 2019, e acabou sendo indicado ao Grammy de Melhor Álbum de Áudio Imersivo. E a história da gravadora independente e coletivo de artistas The Elephant 6, que deu vida a nomes como Olivia Tremor Control, The Apples In Stereo, Neutral Milk Hotel, of Montreal, Beulah, Dressy Bessy, é contada no longa The Elephant 6 Recording Co., de Chad Stockfleth.

O documentário The Zombies: Hung Up on a Dream, de Robert Schwartzman, mostra uma das mais cultuadas bandas do rock inglês, The Zombies, que conquistou a América com o single “She’s Not There”, desde o encontro de 5 adolescentes até a entrada no Rock And Roll Hall of Fame.  No documentário This Is National Wake, a diretora Mirissa Neff apresenta a história do grupo de rock multirracial National Wake, primeira banda na história da África do Sul a unir brancos e pretos numa mesma formação durante o Apartheid.  Já a cantora Omara Portuondo, que conquistou fama internacional como um dos destaques do filme “Buena Vista Social Club”, de Wim Wenders, e está perto de completar 80 anos de carreira, é retratada no longa Omara, do diretor Hugo Pérez.

MOSTRA TEEN

Para celebrar seus 15 anos, o In-Edit Brasilapresenta uma seleção com 8 títulos que remetem à adolescência e à juventude, desde o início do século passado até os dias de hoje, como o K-Pop em 9 Muses of Star Empire, de Hark-Joon Lee (2012), sobre o grupo feminino 9Muses, da produtora Star Empire, que faz parte de um dos mercados mais vorazes do mundo.

Em American Rapstar, o diretor Justin Staple (2020) mostra que o mundo do rap não é mais o mesmo. Enquanto a velha guarda de músicos procura se reinventar para continuar suas carreiras, os recém-chegados aproveitam e assinam contratos milionários, formando a geração “cara tatuada”, com muita ostentação, drogas e controle do mercado da música.

Um retrato íntimo de uma das maiores Boy Bands de todos os tempos, The Backstreet Boys, é traçado no filme Backstreet Boys: Show ‘Em What You’re Made Of, do aclamado diretor Stephen Kijak (2015). O filme passa desde a infância até a fase adulta deste fenômeno adolescente que deu a volta ao mundo, sem deixar de fora seu “vilão” Lou Pearlman, que os levou ao estrelato, mas também, na surdina, criou seus competidores diretos, o N’Sync.

Um dos títulos mais importantes na cultura adolescente das décadas de 1950 e 1960, o filmePrisioneiro do Rock’ n’ Roll (Jailhouse Rock), de Richard Thorpe (1957), traz como protagonista Elvis Presley, que interpreta Vince Everet, levado preso após matar acidentalmente um homem. Na cadeia, ele conhece o ex-cantor country Hunk Houghton (Mickey Shaughnessy), que o ensina a tocar violão. Após ser libertado, Vince inicia sua carreira musical sob o agenciamento de Peggy Van Alden (Judy Tyler). Clássico do cinema e do Rock, o filme foi visto por milhões de pessoas em todo o mundo. No filme histórico Alvorada Da Alegria (Reveille with Beverly), do diretor Charles Barton (1943), vemos uma das primeiras aparições na grande tela de Frank Sinatra, considerado o primeiro grande ídolo adolescente, além de atuações memoráveis de Count Basie, Duke Ellington, Ella Mae Morse, Bob Crosby, entre tantos outros nomes icônicos dos anos 1940.

Dirigido por Roberto Farias e estrelado pelo Rei Roberto Carlos, o filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968) é um dos grandes clássicos brasileiros dedicado ao público jovem. Nele, o astro Roberto Carlos faz um filme e se vê perseguido por bandidos internacionais que queriam levá-lo para os Estados Unidos deixando seus fãs órfãos. Baseado no livro “Teenage: The Creation of Youth Culture” de Jon Savage (no Brasil, “A Criação da Juventude”), o filme Teenage (2013) fala do surgimento da cultura jovem como resultado da revolução industrial e da massificação dos meios de comunicação. Abordando a primeira metade do século XX, o diretor Matt Wolf nos apresenta uma colagem de material de arquivo espetacular e trechos de um diário lidos por Jena Malone, Ben Whishaw e outros.

O diretor Ron Mann nos brinda com o filme Twist (1992), com um material de arquivo que mostra os milhares de jovens que se reuniam em clubes de diversas cidades americanas para dançar ao som da música negra de Hank Ballard, Chubby Checker, LaVern Baker entre outros, movendo os quadris, agitando os braços, batendo palmas e fazendo acrobacias, numa das primeiras manifestações puramente adolescentes.

FLASHBACK

Três títulos cult sobre o jazz e o blues norte-americanos compõem a seção Flashback do IN-EDIT BRASIL 2023

Considerado por diversos críticos como um dos mais importantes filmes sobre jazz já feitos,“Imagine The Sound” (1981), dirigido pelo cineasta Ron Mann, traz os mais importantes músicos do jazz de vanguarda da época (Paul Bley, Cecil Taylor, Archie Shepp e Bill Dixon) falando sem cortes sobre política, clubes de jazz e consciência negra.  Primeiro documentário de Mann, que usa sua câmera de forma ágil, fazendo com que imagem e som se entrelacem.

Uma versão restaurada deste delicioso documento do Newport Jazz Festival de 1958, que registrou performances memoráveis de Louis Armstrong, Mahalia Jackson, Chuck Berry, Thelonious Monk, Chico Hamilton, Jazz on a Summer’s Day, de Aram Avakian e Bert Stern (1959), se tornou um retrato etnográfico do público, com um mosaico social e racial que representava a estética da esperança.

Em 1972 o cineasta francês Roviros Manthoulis e sua equipe viajaram pelos Estados Unidos buscando o verdadeiro blues americano. O resultado está em Les Blues entre les dents (Blues under the skin), que mostra os encontros de grandes cantores de blues como BB King, Mance Lipscomb, Robert Pete Williams e Roosevelt Sykes. Entre acordes e melodias, a simplicidade e a segregação, esses músicos carregam a raiz da música norte-americana.

CONVIDADO ESPECIAL: RON MANN

O cineasta canadense Ron Mann é o grande homenageado e convidado da 15ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical. Com uma filmografia extensa e variada, Ron também atuou como produtor executivo em inúmeras produções com sua FILMS WE LIKE, uma butique distribuidora de filmes independentes e internacionais no Canadá que já lançou mais de 300 filmes, e contando. Para celebrar sua vinda ao Brasil, o festival escolheu 4 títulos mais significativos no universo estritamente musical. São eles:

Imagine the Sound (1981), primeiro trabalho do diretor, eleito Melhor Documentário no Chicago Film Festival, que reúne em entrevistas e apresentações os principais inovadores do free jazz dos anos 60, como Paul Bley, Cecil Taylor, Archie Shepp e Bill Dixon; Twist (1992) que mistura entrevistas com imagens de arquivo raras e muitas vezes hilárias para narrar as mudanças vividas pela geração baby-boom;  seu mais novo filme, Carmine Street Guitars (2018), que captura cinco dias na vida da célebre loja de guitarras de Greenwich Village, e uma produção recente Fire Music, que conta a história do free jazz nos Estados Unidos e como este gênero criou um modo de pensar.

ATIVIDADES PARALELAS

Em sua 15ª edição, o IN-EDIT BRASIL traz uma série de atividades paralelas que dialogam com filmes da programação.

Com mediação da jornalista Flávia Guerra e participação de diretoras e diretores que retrataram personagens femininas da música brasileira em seus filmes, o encontro Conversas, no CinesSesc, aborda a presença cada vez maior de artistas mulheres como tema central de documentários musicais produzidos no Brasil.

Apresentações musicais ao vivo – com os pianistas Karin Fernandes e Hercules Gomes, em homenagem a Chiquinha Gonzaga; com Lucinha Turnbull e Luiz Thunderbird, revisitando a trajetória da cantora e guitarrista Lucia Turnbull; com a Orquestra de Frevo Capibaribe, celebrando os 80 anos do compositor pernambucano José Michiles; com o Afoxé Amigos de Katendê, reverenciando Mestre Môa do Katendê; e com o poeta, cantor e compositor Fausto Fawcett – trazem para o palco o legado musical de personagens que são tema de alguns dos principais filmes do Panorama Brasileiro desta edição.

A música e os ritmos afro-americanos também estão presentes na festa com DJs especialmente convidados para recriar o clima dançante e efervescente que animava os bailes do Chic Show, tema do documentário de abertura do festival.

Completa a programação paralela a já tradicional Feira de Vinil In-Edit Brasil, realizada anualmente na Cinemateca Brasileira, com dezenas de expositores de vinil, zines e publicações dedicadas ao mundo da música.

PATROCÍNIOS E PARCERIAS

O IN-EDIT BRASIL 2023 conta com patrocínio máster de Colombo Agroindústria; patrocínio do Itaú Unibanco e da Spcine, através da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo; parceria da Cinemateca Brasileira e Sociedade Amigos da Cinemateca; e é realizado pela In Brasil Produção Cultural, Sesc SP, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e Ministério da Cultura, Governo Federal.

Serviço:

In-Edit Brasil – 15º Festival Internacional do Documentário Musical

De 14 a 25 de junho – São Paulo e Online

www.in-edit-brasil.com  |  @ineditbrasil

Salas do Festival – São Paulo (presencial)

CineSesc: Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César.

Cinemateca Brasileira: Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino.

Spcine Olido e Sala Olido: Av. São João, 473 – Centro.

Spcine Paulo Emílio (CCSP): Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso.

Cine Cortina: Rua Araújo, 62 – República.

Associação Cultural Cecília: Rua Vitorino Carmilo, 449 – Santa Cecília.

Centro da Terra: Rua Piracuama, 19 – Perdizes.

Plataformas Online do Festival

Itaú Cultural Play: itauculturalplay.com.br

Spcine Play: spcineplay.com.br

Sesc Digital: sescsp.org.br/cinemaemcasa

In-Edit TV: inedit.tv.br

Acesso gratuito em toda a programação, exceto sessões no CineSesc, com ingresso a R$ 24 (inteira), R$ 12 (meia) e R$ 8 (credencial plena) e entrada gratuita em sessões específicas.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO SITE: www.in-edit-brasil.com