Com oito obras interativas do artista capixaba Hilal Sami Hilal a exposição fica aberta à visitação de 22 de julho a 14 de setembro, na Galeria Principal da Caixa Cultural Brasília.
A mostra apresenta um conjunto de oito obras do artista capixaba Hilal Sami Hilal, incluindo a obra Sherazade e outra inédita, feita especialmente para a Caixa Cultural Brasília: “Lugar de passagem. As obras discutem a relação entre encadernações, livros e artes visuais, tornando esse universo acessível ao público.
Descendente de árabes, Hilal nos apresenta as “Histórias das mil e uma noites” com a sua Sherazade. 180 livros dispostos sobre o piso da galeria numa atmosfera intimista que mais parece um tapete voador. As histórias sem fim contadas pela personagem desdobram-se em dialética entre o finito e o infinito na obra do artista.
Com trabalhos desenvolvidos e realizados para os principais centros culturais brasileiros e do exterior essa é a primeira vez que o artista apresenta sua obra fora do eixo Rio/São Paulo. As peças vão do mais espesso ao quase rarefeito. A forte materialidade de algumas delas e a quase transparência de outras – no limite da sombra – trazem um sabor particular a essa rede de signos que, em situação limite entre o desenho, escultura e pintura, pretendem falar do corpo e da alma, da tradição e da contemporaneidade, do visível e do invisível.
Os nomes de pessoas da família e de amigos compõem a estrutura de alguns trabalhos. No livro “Diária ou livro das nuvens” pintura e escultura se misturam na ação dos pigmentos sobre o papel. Em Seu Sami, homenagem ao pai, o artista reitera o interesse na sofisticada inscrição da caligrafia árabe. No livro do “Socorro” as letras se misturam formando um novo grupo de signos e significados. Já em Biblioteca o artista apresenta a metáfora ao conhecimento acumulado e aprisionado. Para o artista os livros são objeto de sonho e liberdade.
No momento em que se discute a permanência ou não do livro, Hilal transcende a matéria e nos apresenta sua Sherazade, onde escultura, pintura, desenho e papel se misturam e se desfazem no imaginário do artista.
Os padrões de escrita são vários: a mancha incorporada do acaso, o traço, o signo, os sinais, a letra e seu som, a palavra, o nome, a sentença, a página, o livro com suas formas de ser e estar no mundo e na biblioteca. Matéria, geometria, ornamentos, escrita, palavras e artesania do papel juntam-se como fluxo da linguagem. “Os trabalhos são construídos com os mais básicos e fundamentais dos elementos expressivos: ponto, linha e o espaço como suporte”, adverte o artista.
A gravação na chapa de metal por violenta corrosão com ácido contrasta com a delicadeza da escritura e dos signos formados nos livros. As chapas de cobre e outros elementos, conectadas ao vigor da energia do metal, potencializam o que delas emana, permitindo lançar um olhar sobre o pensamento que as constitui, motivado pelos seus próprios elementos que transitam da superfície pictórica para a bidimensionalidade. Colocadas umas sobre as outras, abertas, soltas ou lacradas, dispostas sobre bancadas, justapostas em planos ou enviesadas pelas paredes, as chapas retalhadas alteram-se, comutam-se em páginas: partituras musicais, cartografias, mapas e livros.
Local: CAIXA Cultural Brasília – Galeria Principal
Endereço: SBS, quadra 4, lotes 3/4 – Asa Sul, anexo à matriz da CAIXA
Telefone: (61) 3206-9448 / 9449
Abertura: 22 de julho, às 19h (Visita guiada com o artista e bate-papo)
Visitação: 23 de julho a 14 de setembro, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Classificação Indicativa: Livre
Entrada Franca