Com exibição no YouTube e sessões presenciais, ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ tem no elenco Laila Garin, Claudia Ventura e o revezamento dos atores Renato Luciano (na temporada presencial) e Claudio Gabriel (na temporada online), direção e adaptação de André Paes Leme, direção musical de Marcelo Caldi e trilha original de Chico César

Em 2020, ano do centenário de Clarice Lispector (1920-1977), uma de suas obras mais emblemáticas ganhou uma versão musical para os palcos, absolutamente original.

Após estrear no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro em março, ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ teve a sua temporada interrompida pela pandemia do Covid-19.

Após a pausa, o espetáculo retornou para uma temporada híbrida, entre maio e junho desse ano, seguindo todos os protocolos e lotação limitada, e agora segue para o CCBB Brasília onde ficará em cartaz por dois finais de semana.

 ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ tem adaptação e direção de André Paes Leme, canções especialmente compostas por Chico César e direção musical e arranjos de Marcelo CaldiLaila Garin é Macabéa, a mítica protagonista do aclamado romance, ao lado de Claudia Ventura e Renato Luciano da Cia Barca dos Corações Partidos, na temporada presencial ou Claudio Gabriel na temporada online, que completam o elenco.

‘O romance veio para minha estante através da minha professora, que por coincidência se chamava Laila. Ainda no percurso de “Gota D`Água”, tive a ideia de propor o projeto para a Laila Garin protagonizar, com a direção do André, que é meu parceiro teatral há 30 anos, e as músicas do Chico César, que tinha feito as músicas do Suassuna. Essa rede afetiva e a descoberta do centenário foram os motivos perfeitos para dar mais potência ao projeto’ explica Andréa.

A Hora da Estrela’ foi o último livro escrito por Clarice, que faleceu pouco tempo após o seu lançamento. Suas páginas narram a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada pela ausência de afeto e poesia.

Vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.

Na obra literária, tal história é contada por um escritor, que vê Macabéa na rua e resolve narrar a vida de uma pessoa tão invisível, comum e sem brilho, em um exercício de alteridade. Para esta nova versão teatral, André Paes Leme propõe uma inversão e essa figura do escritor se transforma em uma atriz. Desta forma, Laila Garin tem o desafio de se alternar entre a Macabéa e a Atriz, que não somente narra, mas também comenta e lança uma série de questões ao longo da encenação.

‘O trabalho de adaptação não é de reescrever o texto. É o trabalho de transportar o universo sem estar aprisionado a qualquer palavra, através da edição e deslocamentos de episódios. Houve também a recondução dos textos do escritor para a atriz’, conta o diretor, que tem longa experiência na transcrição de livros para o palco, no que se convencionou chamar de ‘romance em cena’. Seguindo essa tradição, ele não somente faz uso de diálogos, mas coloca os atores como narradores, enquanto contracenam, fazendo uso de frases na íntegra do livro original.

O espetáculo marca ainda a primeira vez em que Laila Garin atua em um espetáculo de composições inéditas, produzidas ao longo do processo de ensaios.

Após ser recordistas de premiações por seu trabalho em ‘Elis – A Musical’ e ‘Gota D’Água [a seco]’, Laila foi dirigida pela lendária Ariane Mnouckine em ‘As Comadres’, no início de 2019. Enquanto segue com uma série de projetos de TV, Laila se consagrou na última década como uma das grandes vozes do teatro musical brasileiro.

‘Interpretar a Macabéa, as canções de Chico e ser dirigida por André já seriam motivos mais do que especiais para estar em cena. Mas fazer ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ vai além, é um espetáculo que diz exatamente o que queremos falar neste momento. Estar em cena também como a Atriz é uma afirmação deste ato poético e político que é o teatro. É um grito de indignação com muita poesia, lutando com as armas que temos. ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’ fala das pessoas supostamente invisíveis, fala de solidariedade, de olhar para o outro com afeto. Além de tudo, é uma peça sobre esperança’, analisa Laila.

Serviço:

A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa

De 24 de junho a 4 de julho de 2021

Quintas e sextas, às 19h – Sábados e domingos às 16h e 19h (sessões duplas)

Dia 3 de julho- Sábado, a sessão presencial das 16 h será com tradução em libras

Presencial – CCBB

Ingressos: À venda no site eventim.com.br

R$ 30,00 (inteira)

R$ 15,00 (clientes Banco do Brasil que pagarem com Ourocard e meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e suas acompanhantes e casos previstos em Lei).

Sessões Online nos mesmos dias e horários das sessões presenciais pelo canal do Youtube do Banco do Brasil e da BB Seguros

Grátis
www.youtube.com/bancodobrasil
www.youtube.com/bbseguros

Classificação: 16 anos

Duração: 120 minutos