O evento promete reunir diferentes gerações de devotos do hip-hop, seja pela programação escalada por X, com bons representantes dos quatro elementos desta cultura (rap, break, grafite e DJ), seja pelo show especial que o Câmbio Negro está preparando para a ocasião.
Hoje formada pelo guitarrista Ralph Sardela, o baterista Denizar Marques, o baixista Moisés Pacífico, o DJ Beetless e os vocais de X, a banda foi criada em 1990 na Ceilândia e contribuiu ativamente para a nacionalização do movimento hip-hop ainda naquela década, ajudando a formar as bases para a ascensão nacional do rap.
35 anos depois da fundação, Câmbio Negro apresenta um show inédito, de duas horas, no coração político do país, reunindo repertório dos três álbuns (“Sub-raça”, 1993; “Diário de um Feto”, 1995; e “Câmbio Negro”, 1998) e diversos singles.
A apresentação comemorativa ganha participações especiais de BellaDonna, Xande (Mente Consciente), Japão (Viela 17), Magu (Diga How), US Blacks, Duckjay (Tribo da Periferia), pela primeira vez dividindo o palco com X e GOG (participação em vídeo). Também somam no show, os grupos DF Zulu Breakers, e Roller Grooove (participação em vídeo), além de grandes representantes da capoeira (mestres Jânio, Pequeno, Fiapo, Zé Cláudio e Teté), tradição da qual X também é praticante.
O Festival
O show celebrativo e o festival vêm sendo construídos há sete anos. “É um sonho que começou a ser pensado em 2018, para comemorar os 30 anos de banda. Veio a pandemia, adiamos os planos, mas também aprimoramos muito o formato dessa celebração. E agora vem!”, afirma X, líder do grupo.
Criar um festival para fazer o show que precisa ser feito foi a solução de X para fugir à regra dos eventos atuais de hip-hop, segundo ele, pouco preocupados em relembrar das essências do movimento. Longe dos line-ups convencionais, ele resolveu reunir outros grupos que, como o Câmbio Negro, apesar da boa trajetória e da demanda de público, quase nunca são elencados em grandes eventos.
De Goiânia, os parceiros da Conexão Suburbana prometem criar o clima de baile rap dos anos 1990. Sob o comando do vocalista Preto Wallace, o grupo dividia os palcos com o Câmbio Negro lá atrás, tendo ampla sinergia com o rap do DF, e prometem matar a saudade do público de Brasília.
De São Paulo, e também da mesma geração do Câmbio, a rapper Lauren Priscila também integra a line-up do festival. Tendo passado pelos grupos Mentalidade Humana e Grupo de Extermínio, Lauren fez parte da banca RZO e foi parceira de palco da saudosa Dina Di, precursora do rap feminino, no grupo Visão de Rua.
Da Bahia, o grupo Opanijé mescla a cultura do candomblé às rimas do rap, um dos diferenciais da banda. Eles trazem ao palco do Festival o repertório do álbum “Opanijé” (2013) e singles como “Segredo” e “Ajayô“. Além dos três shows nacionais, o festival tem o DJ Léo animando os intervalos da festa com repertório encomendado por X, de “pedradas” de todos os tempos da black music.
Celebrando o movimento hip-hop de forma integral, além de rima de DJ, o festival tem também ações de grafite ao vivo, comandadas por Nay Naty, Soneca, Guga Baygon e Snupi, este último, também cenógrafo do evento. O break vem representado, além da participação do DF Zulu Breakers, precursores no DF, no show principal.
O Festival Câmbio Negro terá Feira de Economia Criativa, com negócios criativos que são parceiros do grupo desde os anos 90, como a loja e o podcast Gringos, o Mercadinho do Natinho e a Manos Caps. Também haverá área gastronômica com preços acessíveis e área especial para pessoas com deficiência.
Para X, “o festival é dedicado a todos que amam a cultura hip-hop. É pra quem ama, vive e sente. Quem às vezes não tem condições financeiras, ganha um salário mínimo, mas compra nosso disco, ouve nossa música, curte nas redes, compra camiseta… Essa festa é dedicada a quem ama o Câmbio Negro, pra quem acredita e sabe que não é moda”.
O Festival Câmbio Negro 35 anos é realizado pela Câmbio Negro Produções, o Grupo Mandala e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Um festival pra cantar junto, se emocionar e levar as novas gerações para conhecer o legado do rap candango, e sua importância enquanto movimento de base.
Sobre o Câmbio Negro
Criado em 1990 na Ceilândia, o grupo Câmbio Negrochamou atenção da crítica especializada e público já no início daquela década. Sua fusão de rap e rock a elementos do funk e da soul music dos anos 1970 e 80 – referências musicais de X, que frequenta salões de black music desde a adolescência – atraiu os olhares da juventude da época, que passaram a ver no rap um espaço de representação e contestação aos conflitos da época.
A banda venceu o melhor videoclipe de 1999 pelo VMB da MTV Brasil, viveu um hiato na primeira década dos anos 2000 e retornou aos palcos em 2018, durante as comemorações do Aniversário de Brasília daquele ano, sob demanda incessante do público, que nunca deixou de lhes acompanhar.
A discografia da banda é formada por “Sub-raça” (1993), “Diário de um Feto” (1995) e “Câmbio Negro” (1998) e diversos singles, como “Esse é meu País” (1998), “Ninguém Toma“ (2018), “Fogo no Canavial“ (2022), “Desejo de Matar” (2023), “Ceilândia Revanche do Gueto” (2024) e “Meu irmão” (2024).
Sobre X
Nascido em Brasília, em 1968, entrou no universo do hip-hop aos 15 anos, em 1983, dançando break. Em 1989, ajuda a fundar a DF Zulu Breakers, grupo clássico de B.Boys e B.Girls do DF comandado por Souto, referência mundial da dança break. Nas rimas, começa em 1988, vencendo seu primeiro concurso em 1989. Funda o Câmbio Negro em 1990 e em 1993 passa a ter reconhecimento nacional com o álbum “Sub-raça”.
Com o hiato da banda nos anos 2000, lança dois álbuns-solo, “Um homem só” (2001) e “Curto e Grosso” (2005). Até a volta do Câmbio Negro, em 2018, participa de outras gravações em álbuns de parceiros. Desde a retomada da banda, tem estado muito ativo na produção e lançamento de singles, e já acumula mais de 40 registros fonográficos com sua assinatura.
Programação
Show Câmbio Negro 35 anos
Com participações especiais de:
Duckjay (Tribo da Periferia)
Japão (Viela 17)
BellaDonna
Xande (Mente Consciente)
Magu (Diga How)
US Blacks
GOG (participação em vídeo)
DF Zulu Breakers
Roller Grooove (participação em vídeo)
Grupos de Capoeira
Programação de abertura
Conexão Suburbana (GO)
Opanijé (BA)
Lauren (SP)
DJ Léo (DF)
Serviço – Festival Câmbio Negro 35 anos
Dia 13 de setembro de 2025
Horário: 17h às 02h
Local: Esplanada dos Ministérios (em frente à rodoviária do Plano Piloto))
Classificação indicativa: 18 anos
Entrada franca com retirada de ingressos pelo Sympla (a partir de 14 de agosto):
https://www.sympla.com.br/evento/festival-cambio-negro—35-anos/3072643
Informações: https://www.instagram.com/cambionegro90/