O projeto “Brasília: Memória & Invenção” comemora os 58 anos da Capital dos Brasis e circula durante os meses de março, abril e maio para celebrar a diversidade como elemento central da identidade cultural candango-brasiliense.
O resgate da história da cidade e de personagens fundamentais para a gênese cultural de Brasília converge com a produção de novos registros sobre agentes e movimentos contemporâneos. Assim, ressalta a memória e o espírito inventivo como patrimônios indispensáveis para a compreensão da nossa identidade multifacetada.
“Valorizar a diversidade como aquilo que nos identifica, por si só, já é um belo desafio. Agora, como identidade se relaciona com o senso de pertencimento, a discussão conceitual sobre o que significa ‘Brasília’ se tornou imprescindível.” Revela Mateus Dounis Guimarães, idealizador e diretor do projeto. “Percebemos que Brasília, em um sentido mais amplo e profundo, não é só uma cidade que foi construída: Brasília é uma ideia em permanente construção. Uma ideação que está aberta para cada um de nós.”
O processo de pesquisa partiu de um “Conselho Inspirador” formado por figuras icônicas da capital: a historiadora Ana Queiroz, o artista plástico e compositor Bené Fonteles, a poeta e atriz Marina Mara e o cineasta Vladimir Carvalho.
Para completar a pesquisa, foram realizados seis encontros em territórios culturais relevantes para a cidade: Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Casa Frida, Mercado Sul, Seu Estrelo – Vila Cultural, Fundação Cinememória e Memorial dos Povos Indígenas. Em cada encontro, agentes culturais representantes de três gerações distintas dialogaram sobre temas como memória coletiva, processos de criação artística, formação cultural das novas gerações e desafios e perspectivas atuais, tendo a Capital onde os Brasis se cruzam como pano de fundo. Os encontros foram filmados e serão apresentados a partir deste mês ao público.

Múltiplos olhares
Para Marina Mara, conselheira e participante do encontro sediado na Casa Frida, “ficou muito forte que o nosso DNA é o DNA da transformação, da reconstrução. E eu me senti candanga. Porque os candangos constroem, construíram e vão continuar construindo a nossa cidade. Então eu sou uma eterna candanga e todos nós somos. Porque somados a gente continua construindo.”
Vladimir Carvalho, anfitrião do encontro temático de cinema, considera que “além da beleza do projeto, é a consequência dele, é trazer um fato novo. É uma devolução e uma provocação no melhor sentido. Isso é muito bom que aconteça e está acontecendo.”
“Dizem que Plano Piloto é o centro, mas o centro também está na periferia. Então a gente tem que aprender e se reinventar. Eu acho que esse é um grande viés desse projeto e a partir daí novos reinventores de cultura virão. Ele tem uma consistência para oferecer para o pesquisador e para a criança que vai aprender sobre esses espaços de identidade.” Considera Ana Queiroz. “Muito mais que conselheira, me sinto uma aprendiz com esse projeto”.
“De fato, o projeto superou todas as nossas expectativas”, considera Mateus. “Existe uma necessidade muito forte das pessoas se encontrarem e conseguimos viabilizar isso de uma maneira muito interessante. Agora queremos alcançar as escolas, de modo que esse material sirva como instrumento para a formação cultural e cidadã das novas gerações, não só da cidade, mas de todo o país, já que, enquanto capital, Brasília transpõe essas fronteiras.” Completa.

Sobre esse aspecto, Bené Fonteles conclui: “Essa Brasília, a juventude na verdade não sabe quem é. Não sabe quem foram as pessoas que fizeram a cabeça da cidade. Então é extremamente útil esse projeto que reverencia essas pessoas e mostra a verdadeira dimensão, que essa cidade não é meramente política: ela é muito poética. Ela está entre esse poder da política e da poética. A ‘poliética’ e a ‘poelítica’. E como compreender isso? Como tornar isso público? Como valorizar isso? Eu vejo que a importância do projeto está aí.”

O público pode conhecer o resultado dessa jornada através do site do projeto e de rodas de diálogos que acontecem em Ceilândia, Plano Piloto, São Sebastião e Taguatinga, nos dias 31 de março e 7, 18 e 21 de abril, com entrada franca. Em edição especial, a última roda será no dia 20 de maio (domingo), às 18:30, no Cinema do CCBB, encerrando a Mostra do Filme Livre.

“Brasília: Memória & Invenção” tem apresentação do FAC – Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura do Governo de Brasília.
Serviço: Brasília: Memória & Invenção

Datas:
31/03 | 16:00 | Ceilândia – Jovem de Expressão (EQNM 18/20 – Bloco C – Praça do Cidadão – Ceilândia Norte)

07/04 | 17:00 | São Sebastião – Casa Frida (Rua 30 – São Sebastião)

18/04 | 19:00 | Plano Piloto – Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (Conic – Setor de Diversões Sul)

21/04 | 17:00 | Taguatinga – Mercado Sul (Eco Feira – Mercado Sul – St. B Sul – QSB 12 – Taguatinga Sul)

20/05 | 18:30 | Plano Piloto – CCBB (Setor de Clubes Sul – Trecho 2 – Lote 22)

Site: brasilia.memoriaeinvencao.com
Informações: (61) 98167-3262 e contato@memoriaeinvencao.com