Em um ensaio/ficção, onde o ensaio é uma confissão, onde a ficção e a história é marcada pelo desabafo, Bebeti do Amaral Gurgel escreve de modo apaixonado sobre o pixo/grafite.

‘O Uivo dos Invisíveis’, segue de forma imperativa, sem uso de adjetivos e pronomes, como nos muros da cidade. Por isso, a autora não faz teoria, mas conta uma história de forma irônica, onde o desejo de pixar é uma demonstração pela expansão do pensamento.

Uma obra que impacta o leitor e provoca-o a conhecer esta atmosfera alternativa. Bebeti não levanta nenhuma bandeira, mas mostra como a pixação evoluiu conforme a conjuntura social, mesmo sendo uma arte fixa.

O pixo brasileiro é uma forma de escrita presente nos centros urbanos, uma expressão que incomoda autoridades públicas, por muitas vezes criticar ou até apoiar o obvio. Apresentando-se de uma forma ilegível para a maioria, a escrita suburbana manifesta a vontade de uma classe.

O livro de Bebeti mostra a pixação/pichação/grafite como uma manifestação, pois esta arte tem acima do contexto artístico um cunho social político.

É o grito, “Uivo dos Invisíveis” que está estampado nas ruas. Uma arte viva manipulada pelas massas. Obras mutáveis e contemporâneas, por isso é mal compreendida devido os rótulos que a mesma recebe. “O Brasil é o único país do mundo onde existem dois nomes para esta expressão. O pixo para o que é considerado feio e subversivo e grafite para o que é belo aos olhos de alguns”, relata Bebeti.

Com prefácio da filósofa e escritora, Marcia Tiburi, o livro foi editado em uma versão moderna e contemporânea como o assunto que aborda. Por exigência da autora, a obra foi impressa com página finas e bem diagramas. Gurgel enfatiza, “é uma publicação ecologicamente correta, afinal abordamos um assunto jovem, moderno e que necessita deste cuidado”, fala.

Para o também escritor Gustavo Lassala o texto é intrépido e simbólico “Bebeti trabalha com uma explosão de conceitos em um texto arrojado, este livro faz parte de um processo de reconversão simbólica. A autora trabalha com um diálogo entre o campo da ficção e realidade, mas sem intimidar o debate”, relata.

BEBETI DO AMARAL GURGEL
Elisabeth Mader do Amaral Gurgel, nascida em 29 de julho de 1954, em Curitiba, Paraná, mais conhecida como Bebeti do Amaral Gurgel, é escritora, jornalista, feminista, que se utiliza da literatura para fazer política de gênero e de inclusão. Além de diversos trabalhos fora do Brasil, criou a primeira e única livraria feminista do país, Lilith, em Curitiba.
Bebeti muito nova se lançou como escritora. O livro de poemas “Coisas” foi lançado em 1975, pela Grafipar. Também leva sua assinatura um dos estudos pioneiros sobre Maria Bueno – Santa de casa faz milagre.” Uivo dos Invisíveis é sua 14º obra.

Serviço:
Lançamento – O UIVO DOS INVISÍVEIS
Data: 20/09/18, às 18h30
Local: Livraria da Villa – Shopping Pátio Batel – Av. Batel 1868
Telefone: (41) 3232-5367
Classificação livre.