Por Paula Pratini

Em cartaz no Netflix, o longa-metragem ‘The Boy Who Harnessed the Wind- O Menino que Descobriu o Vento’ do diretor e ator Chiwetel Ejiofor, é um drama baseado na vida de William Kamkwamba (Maxwell Simba).

O filme foi exibido na 69ª edição do Festival de Berlim no último mês de fevereiro e agora é destaque do mês na plataforma.

O jovem nascido em Malawi ao lado da Zâmbia e Moçambique na África oriental, foi exemplo para a população faminta que sofreu com a seca no ano de 2011.

William frequentava a escola local e sempre se destacou sendo um rapaz dedicado, inteligente e observador. Com a crise na colheita foi obrigado a deixar os estudos por não ter condições de pagar as mensalidades.

Vivenciando a situação de sua família e comunidade, o jovem descobre através de um dínamo o método para criar energia eólica e garantir a irrigação das colheitas.

Em um ferro velho da cidade ele coleta peças, baterias, fiação e por intermédio de livros na biblioteca da escola consegue montar uma hélice e regar uma pequena plantação com o poço em frente à casa.

O diretor traz à tona a importância do senso de comunidade, a união e o poder de transformação perante as dificuldades e o instinto de sobrevivência nas terras secas de Malawi.

As crenças ancestrais que evocam a chuva, o folclore, os costumes típicos, as inúmeras línguas do país, a religião e a busca de soluções viáveis para a crise aparecem sutilmente no filme e mostram a importância de valorizar as raízes e a cultura, mas também a modernidade.

O Menino que Descobriu o Vento é um filme sensível e inspirador e vale a pena ser visto.