Obras apresentam uma pequena trajetória da representação do HIV no cinema, cena de 120 Batimentos por minuto (Foto Divulgação)

Entre os dias 28/11 e 04/12, o CineSesc, localizado na Rua Augusta, 2075, em SP, apresenta a Mostra Prevenção, que propõe uma reflexão sobre a importância da abordagem do tema no cinema e a necessidade de discutirmos as questões da Aids nos dias de hoje. Lembrando que o Dia Mundial de Luta contra a Aids é celebrado no domingo, 01/12. Os ingressos custam entre R$3 e R$12.

Confira a seleção dos filmes:

Sangro – Curta-Metragem. (Brasil, 2018, Dir. Tiago Minamisawa / Bruno H. Castro / Guto BR). 28/11, 21h. Inspirado na história real de Caio Deroci, “Sangro” é um curta de animação trazendo a confissão íntima de uma pessoa que vive com HIV. Através de um traço sensível, a obra busca desmistificar questões que sobrevivem até hoje no imaginário social em relação ao vírus.

Carta para Além dos Muros. (Brasil, 2019, Dir. André Canto). 01/12, 21h. Documentário que remonta a trajetória histórica do vírus HIV e da Aids no imaginário brasileiro, através de mais de 3 décadas de memórias, lembranças e registros. Coletando entrevistas com estudiosos, médicos, personalidades e pessoas soropositivas, o filme busca jogar luz sobre o assunto, resgatando a importância de reflexão sobre a prevenção e os tratamentos, já que a Aids, ao contrário do que muita gente pensa, não foi embora – ela ainda está aqui.

The Last One. (EUA. , 2014. Dir: Nadine Licostie ). 29/11, 21h. 04/12, 19h.Documentário sobre o projeto Aids Memorial Quilt, que reúne artistas em torno da criação de painéis, numa ação militante de respeito às comunidades LGBTQI+ do planeta e das pessoas soropositivas, na esperança de que um dia o painel seja o “The Last One” – o último, pois a epidemia da Aids estará então derrotada.

Buddies. (EUA, 1985. Dire: Arthur Bressan). 30/11 e 03/12, 19h. David, um executivo gay de 25 anos, aceita ser voluntário para atuar como um “buddy”, ou seja, um companheiro para pacientes com Aids em fase terminal, geralmente solitários e abandonados pela família. Ele será o “buddy” de Robert, 32 anos. A convivência dos dois homens vai construindo uma relação amorosa, e David se descobre apaixonado por Robert, que vai morrer a qualquer momento. O que poderia ser um melodrama banal ou um “Love Story” gay revela-se um sensível retrato do início da epidemia, neste que é o 1º filme tematizando a Aids, um retrato histórico de uma época.

120 batimentos por minuto. (França, 2017. Dir. Robin Campillo). 30/11 e 04/12, 21h. Romanceando fatos reais a partir das lembranças do diretor Campillo, o filme retrata a França do início dos anos 1990, com o grupo militante Act Up combatendo o preconceito e lutando por prevenção, no auge da epidemia da Aids. A espinha dorsal é o romance dos personagens Nathan e Sean, que formam um casal sorodiscordante. O pano de fundo é a agitada vida noturna da época, movida a house music. Uma obra-prima contundente que ganhou mais de 40 prêmios pelo mundo, 4 deles em Cannes – incluindo a Queer Palm e o Grande Prêmio do Júri.

Paris, 1984. (França, 2007. Di: André Téchiné). 01 e 03/12, 21h. Um grupo de amigos enfrenta a primeira epidemia da Aids. Um médico de meia-idade se envolve com um jovem, enquanto a síndrome atinge a comunidade gay parisiense. No período de um ano, entre junho de 1984 e junho de 1985, as vidas dos personagens se modificam drasticamente. Ao final dessa etapa, eles são as testemunhas de tudo o que aconteceu.

Califórnia. (Brasil, 2015. Direção Marina Person). 02/12, 19h. São Paulo, 1984. Ao som do rock nacional e da new wave estrangeira, a adolescente Estela vive o ritual da perda da inocência, descobrindo o sexo e o amor e sonhando com uma viagem à Califórnia do título para visitar seu ídolo – o juvenil Tio Carlos. Mas eis que ele volta dos EUA, trazendo consigo o destino selado – descobriu-se soropositivo, tornando-se uma vítima em potencial da epidemia que começava a assombrar o mundo.

Boa Sorte. (Brasil, 2014. Direção Carolina Jabor). 02/12, 21h. O romance entre o adolescente João, o “drogado”, e a libertária Judite, soropositiva, nascido na clínica psiquiátrica onde os dois estão internados. Ao lado da esfuziante garota, João redescobre o sentido da vida e decide ficar na clínica para permanecer ao lado de sua paixão – mesmo porque o objeto dessa paixão pode desaparecer em breve.

Por Leandro Lel Lima, repórter de SP.