Por Alvaro Dutra do site https://traduqblog.wordpress.com/

Marcia Tiburi e Raquel Campos

Marcia Tiburi e Raquel Campos

Nunca tive uma experiência com a filosofia como a que culminou na noite de quarta-feira, 30 de março de 2016. Fugi da escola. O primeiro livro que li por vontade própria foi aos vinte e poucos anos. Direcionei minha sede por conhecimento para áreas de meu interesse. Aquelas que não dão dinheiro algum (para a felicidade dos meus pais).
Fã de conversas profundas sobre o “eu” e sobre o mundo (nunca sobre a vida dos outros), me considero filósofo amador (e não somos todos?). A filosofia me serve de guia espiritual e manual de instruções do mundo, mas sempre pensei em livros de filosofia ou filósofos como uma coisa antiga.
autparedeEis que surge Márcia Tiburi com um retrato preciso do tumultuado cenário político social que estamos vivendo. O livro “Como conversar com um fascista” (atenção: spoiler) não contém ‘respostas’ e sim ‘perguntas’. Ele é a chave para uma reflexão mais profunda que será atingida olhando ao redor, para sua família, seus amigos, seu trabalho, seu dia a dia e obviamente: para si mesmo. É um livro urgente sobre o agora.
Na supracitada quarta-feira, aconteceu na Fnac do ParkShopping (em Brasília) o lançamento e bate papo com a autora mediado pela doutoranda em literatura, e prata da casa, Raquel Campos. Diante de uma plateia atenta, que ocupou todas as cadeiras disponíveis e mais um pouco, Márcia Tiburi falou com eloquência e elegância. Tratou de assuntos delicados com segurança e graça. Entreteu, elucidou, e compartilhou seu conhecimento que parece não ter fim.
IMG_0814Com simpatia e bom humor, ela autografou, conversou e tirou foto com todas as pessoas da longa fila que só acabou bem depois da loja fechar. E eu fiquei lá. Até o fechamento. Até o fim. Eufórico e alegre, deslumbrando possibilidades, sonhando com os efeitos do diálogo na democracia e na revolução.
Será que é assim que as pessoas se sentem ao fazer parte da história?