O espetáculo “Tecendo Volúpias”, idealizado pelo grupo brasiliense As Caixeiras Cia. de Bonecas e dirigido pela encenadora e cineasta Catarina Accioly, finaliza o projeto de circulação em Brasília, em curta temporada, com apresentações gratuitas de 9 a 12 de fevereiro, na Sala Plínio Marcos, na Funarte.
A peça utiliza o teatro de objetos, o teatro de atores e o cinema como inspiração para um trabalho que explora o encontro do feminino com diversos tipos de volúpia: a sexual, a alimentar, a idílica, a paranoica, a violenta, entre outras. Em cena, três mulheres atrizes coabitam uma casa vazia. A partir da montagem desse espaço íntimo, povoando-o com objetos, as mulheres alternam-se em situações cotidianas e volúpias arquetípicas.
Na peça são explorados momentos de ruptura onde as atrizes sublimam a utilidade cotidiana do objeto e por meio dessa ressignificação exploram êxtases de sentidos. A elipse cênica e, por consequência, a ruptura por meio de uma nova significação dos objetos, permite que essas mulheres rompam a atividade rotineira em ápices de volúpia. Acontece uma quebra na mesmice de suas vidas que permite a reconexão dessas mulheres com o sagrado arquetípico que está presente no íntimo de cada sujeito.
“O maior desafio foi mergulhar no oceano feminino, desvendar quais tipos de volúpias gostaríamos de experimentar na cena.” Conta a diretora Catarina Accioly. “O trabalho foi desenvolvido a várias mãos: atrizes, eu na direção e o estímulo precioso dos meus parceiros William Ferreira e Luana Proença.” Completa.

“No ‘Tecendo Volúpias’ elegemos, dentro da ampla temática, a Volúpia, quais nuances nos tocaram mais profundamente. O processo de desvendar o que era particular de cada intérprete para ser experimentado nos ensaios caminhou junto com exercícios e a pesquisa de textos, imagens e referências que inspiraram o trabalho. E assim fomos descobrindo que espetáculo iríamos fazer juntas. Ao final, a mudança do nome pontuou a identidade do novo trabalho das Caixeiras.” Convida Catarina Accioly.
Todas essas teias e fios, de histórias, de vida, de mulheres, de volúpia, ligam-se como uma rede. A sororidade está presente em toda mulher que aprecia e respeita outra mulher. E dentro desse discurso o espetáculo também apresenta essa mulher empoderada, mas não raivosa com o gênero complementar. Em busca da completude na solidão, na troca amorosa, no ser social. E sim, igualdade.

Serviço:
Espetáculo “Tecendo Volúpias”
Dias: 9, 10, 11 e 12/02
Local: Sala Plínio Marcos – Funarte Brasília-Eixo Monumental
Informações: (61) 3322-3032 /www.ascaixeiras.com.br
Entrada franca
Classificação 14 anos.