Com concepção, dramaturgia, cenografia e direção de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, a nova peça da Cia. Dos à Deux/Gritos é formada por três poemas gestuais metafóricos criados a partir de um tema: o amor.
Em uma atmosfera onírica, os três poemas que compõem ‘Gritos’ são revelados por meio de uma partitura gestual sutil e minuciosa. Inspirada em temas da atualidade, a dramaturgia foi criada durante o processo de pesquisa e de criação artística. As pessoas invisíveis na sociedade, o preconceito, o desprezo, os refugiados, a guerra e o amor permeiam os três poemas– os três gritos.
Há anos trabalhando com teatro gestual, a dupla experimenta, neste novo trabalho, a transformação de seus próprios corpos em bonecos de proporções humanas, como se estivessem refletidos no espelho. Com colaboração da marionetista russa Natacha Belova (responsável, também, pelos bonecos do espetáculo Irmãos de sangue) e do brasileiro Bruno Dante, André e Artur tiveram partes dos seus corpos – cabeça, mãos, pés e braços – esculpidos com gesso e depois trabalhados em diferentes materiais.

“Essa pesquisa, na fronteira entre artes plásticas, formas animadas, teatro e dança, nos fez ter uma nova sensação gestual que, até então, não havíamos experimentado. Um gestual potente, complexo e contido”, explica Artur. “Ao longo da criação, na pesquisa de formas animadas, nós fomos dando vida ao invisível dos corpos, aos poucos. Como se a vida tivesse arrancado um pedaço desses personagens, nos obrigando a dar poesia e intenção a objetos que se tornaram corpos, e corpos que se tornaram objetos”, explica André.

OS TRÊS POEMAS– OS TRÊS GRITOS
Grito 1: Louise
Louise nasceu num corpo de homem que ela não quer. Ela deseja ser invisível aos olhares dos outros, mas se choca sempre num turbilhão de preconceitos, intolerância e homofobia. A mãe de Louise é uma velha senhora doente,também invisível perante a sociedade e dependetotalmente de seu filho(a) para existir.
Grito 2: O homem
Um poema metafórico sobre o homem que perdeu a cabeça. Um muro os divide.A cabeça de um lado, dentro de uma gaiola, o corpo de outro. Um poema gestual entre o sonho, o onírico e o absurdo.
Grito 3: Kalsun
Numa atmosfera surrealista, uma mulher vestida de negro surge revelando sua beleza e seus gestos lentos. Uma dança de amor misteriosa começa, com som de bombas ao longe. Uma bomba interrompe a noite de amor.

Serviço:
Espetáculo Gritos
De 8 a 20/02 ; e 2 a 5/03 (Quarta a segunda (8 a 13/02), às 20h
Quarta a domingo (15 a 19/02; e 02 a 05/02), às 20h
Sessão extra: 05 de março, às 17h
Quarta a segunda (8 a 13/02), às 20h
Quarta a domingo (15 a 19/02; e 02 a 05/02), às 20h
Sessão extra: 05 de março, às 17h
Local: CCBB Brasília – Teatro I-SCES Trecho 2, Lote 22
Ingressos: R$20 e R$10
Informações: (61) 3108-7600
Classificação 14 anos.