Marcélia Cartaxo

A atriz, produtora e diretora de audiovisual da FUNJOB-Fundação Cultural de João Pessoa, Marcélia Cartaxo, ganhadora do ‘Urso de Prata’ em Berlim, pelo filme ‘A Hora da Estrela’ e ‘A História da Eternidade’ em Paulínia, participa como jurada na ‘Mostra Brasília’, na 47ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e contou um pouco sobre as suas impressões do festival, o novo cinema brasileiro, leis de incentivo, editais, projetos e planos futuros.

Sua experiência no cinema brasileiro vem de longa data, como você vê o atual momento do cinema nacional?

O momento é promissor, a todo instante aparecem novos diretores, com propostas inovadoras e novas ideias, técnicos e pessoal qualificado. Os editais estão mais numerosos e assim a concorrência com os grandes centros deixa de ser necessária. Até porque as grandes produtoras acabam conseguindo a maioria dos benefícios e não dá para bater de frente com Rio e São Paulo.  Em vários estados surgem a cada ano novas possibilidades, como o 1º edital exclusivo para cinema de João Pessoa, batizado de Walfredo Rodrigues, que conta com 3 milhões de reais para a produção cinematográfica. É o passo inicial que possibilitará a produção de dois longa-metragens, dez curtas-metragens e documentários para a TV. O cinema nordestino está muito forte, Recife,  Fortaleza e Paraíba são a prova disso.

Qual a sua visão sobre a ‘Mostra Brasília’ e a seleção de filmes selecionados?

Até o momento assistí filmes de novos diretores e algumas promessas, mas nada muito impactante. O curta-metragem na ‘Mostra Brasília’ é uma ótima oportunidade de experimentar e apresentar dentro de um grande festival, um pouco da história e vivência da cidade. O importante é experimentar e produzir, só assim se aprende e a experiência é necessária.

Fale um pouco sobre o seu novo projeto com o diretor Cláudio Assis, no longa-metragem Big Jato-inspirado no romance homônimo do escritor Xico Sá.

Trabalhamos durante três semanas, a primeira na preparação e as outras duas rodando. Apesar das condições climáticas, como chuva e frio, trabalhar com o Cláudio e sua equipe foi bem mais tranquilo. Agora que ele trabalha com o filho (Francisco de Assis Moraes), ele está bem mais humano, centrado (risos).  No elenco também Matheus Nachtergaele, que é o personagem principal e a participação de Jards Macalé.  A condução de Júlia Moraes, assistente de direção foi exemplar,  o processo todo foi muito gratificante.

E os projetos mais recentes?

Escreví e dirigí o curta-metragem ‘De Lua’ de 2013, que fala do ciclo repetitivo de um homem vagando em busca do amor de uma mulher numa situação em que sonho e realidade se confundem; e ‘Redemoinho’, ainda em produção,  curta-metragem baseado no conto de Ronaldo Corrêa de Brito, patrocinado pelo FIC de João Pessoa. Este último será finalizado até o final do ano e exibido em 2015.

(Colaborou Manu Santos)