A vida da jornalista, produtora e cineasta brasileira Anna Karina de Carvalho sempre esteve relacionada ao cinema. A começar por seu nome de batismo, que faz homenagem à atriz e cantora Anna Karina, a mais emblemática do cinema francês, grande musa da Nouvelle Vague, estrela de filmes de cineastas como Jean-Luc Godard, falecida em dezembro de 2019. Com mais de 20 anos de atuação na indústria do audiovisual, Anna Karina de Carvalho assume, a partir deste ano de 2020, a direção geral e a curadoria de um festival único no Brasil, o BRASÍLIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL, que se dedica à produção de novos realizadores. O BIFF acontece de 21 a 26 de abril, em Brasília, trazendo novidades como uma mostra especialmente dedicada ao público infantojuvenil.

Assumir a curadoria de um grande festival não é novidade para Anna Karina de Carvalho. Ela já compôs a curadoria de mais de 50 festivais no Brasil e no exterior, foi uma das principais difusoras do cinema brasileiro na Europa, sendo pioneira em mostras de cinema brasileiro na Europa – como o Brazilian International FilmFest, que ela criou em Estocolmo. Também atuou como curadora e gerente geral do Festival Internacional de Cinema de Estocolmo, sendo responsável pela criação, em 1998, do STOCKHOLM INTERNATIONAL FILM FESTIVAL JUNIOR, o braço dedicado ao cinema infantil e infantojuvenil do festival.

A experiência de abrir as portas para o cinema produzido para crianças e adolescentes será repetida em Brasília, pela primeira vez, este ano, com a criação de uma mostra especialmente dedicada a este público no 7o BIFF. A mostra vai criar e capacitar uma curadoria mirim formada por jovens entre 09 e 17 anos.

VIDA LIGADA AO CINEMA

Nascida em Brasília, Anna Karina de Carvalho foi batizada com este nome após sua mãe ler um artigo e ver uma foto da musa da Nouvelle Vague. Tendo mudado para São Paulo, começou a se integrar ao cinema após seus pais comprarem uma locadora de vídeo. Depois, ingressou por um concurso de estágio (estudante de Comunicação da FAAP) na TV Cultura em SP, em 1994/1995, trabalhando com grandes nomes do jornalismo brasileiro.Em 1995, mudou-se para Londres, onde após um furo de reportagem com o então ex-presidente Fernando Collor de Mello, que estava fora do país sem conceder entrevistas, foi convidada para ser correspondente do Jornal Euro Brasil Press.No jornal, fez entrevistas com José Saramago, cobriu o primeiro GAYPRIDE no HYDEPARK em Londres, além de reportagens como a licença maternidade e paternidade sueca.

Em 1996, mudou-se para Estocolmo, na Suécia. Cursou o idioma e trabalhou como professora de português para os funcionários da ERICKSSON que estavam de mudança para o Brasil.No ano de 1998, ingressou no Festival de Estocolmo como programadora e rapidamente começou a frequentar os mercados internacionais de cinema na seleção e filmes (Cannes, Roterdam, Berlim). No mesmo ano, fundou dentro do festival de Estocolmo o STOCKHOLM INTERNATIONAL FILM FESTIVAL JUNIOR. O diferencial do festival foi formação de uma curadoria mirim, festival de filmes de um minuto, e jornal impresso com críticas escritas por crianças e adolescentes. O JUNIOR lhe concedeu notoriedade na Suécia e levou à fundação de várias mostras semelhantes em países europeus como o da Macedônia.

Em 2002, se tornou cidadã sueca. No mesmo ano, ganhou um concurso de roteiros pela SVT – SwedishTelevision e SwedishFilmInstitute, pela obra ASSITENTEN.

De volta ao Brasil, trabalhou como gerente internacional do programa CINEMA DO BRASIL/APEX, responsável pela venda e divulgação do cinema brasileiro na Europa. Em 2003, fundou o Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), a convite da diretora Carla Camurati, e desde então fundou e trouxe festivais de cinema de vários formatos para a capital – Festival Internacional de cinema –FIC (Academia de Tênis), Festival do Minuto, ArtHouse, Festival de cinema do IESB, Curta Terraço e‘A tela na sala de aula’ (mostra especial para as escolas no CCBB).

Em 2012 abriu, em sociedade, o Cine Cultura em Brasília. Neste mesmo ano, criou, ao lado de seu sócio, o International Film Festival (BIFF). Foi editora chefe e jornalista responsável pela Revista TABU e, em 2015, ingressou por concurso na EBC (Empresa Brasil de Comunicação).Em 2017, recebeu o prêmio Vladimir Herzog pelo documentário MULHERES DO ZICA.

Anna Karina dirigiu os documentários UTROPIC NO UMBIGO DO MUNDO (vencedor do Candango de montagem) e o GERAÇÃO PROZAC.Em 2008, estreou como diretora de ficção no curta ANGÉLICA ACORRENTADA.

Serviço:
7o BIFF – Brasília International Film Festival
De 21 a 26 de abril de 2020
Locais: Cine Brasília e SESC